ANÁLISE DA CONFIABILIDADE DE INTELIGÊNCIAS ARTIFICIAIS NA IDENTIFICAÇÃO DE FÁRMACOS TERATOGÊNICOS EM HUMANOS
Palavras-chave:
Teratogênese, Inteligência Artificial, Produtos Farmacêuticos, Gravidez, Anomalias CongênitasResumo
Introdução: a crescente utilização de inteligências artificiais (IAs) na área da saúde provoca questionamentos sobre a fidedignidade das informações por elas fornecidas, especialmente em temas sensíveis como a teratogênese medicamentosa, capaz de causar anomalias no desenvolvimento embrionário humano. Objetivos: avaliar a confiabilidade das IAs, frente à literatura científica sobre fármacos com potencial teratogênico em humanos. Metodologia: estudo qualitativo comparativo, com análise documental. Realizou-se leitura crítica de artigos científicos da base Scielo, com a estratégia “teratogenic AND (drugs OR medicines)” e do livro Embriologia Clínica, de Moore & Persaud (2012), seguida da formulação de sete perguntas sobre teratogenicidade de fármacos aplicadas às IAs Chat GPT e Doctor Wise. As respostas foram confrontadas com os dados científicos coletados previamente. Resultados e Discussão: as respostas das IAs apresentaram maior coerência quando as perguntas eram de caráter genérico, divergindo em aspectos específicos, como fármacos com maior risco teratogênico e medicamentos mais prescritos para gestantes. Observou-se que o Chat GPT mostrou-se mais completo em certos itens, como na indicação de fármacos comuns na gestação, enquanto o Doctor Wise se destacou pela abordagem clínica detalhada. Por exemplo, ao serem questionadas sobre a teratogenicidade da aspirina, ambas as ferramentas indicaram riscos em altas doses, mas divergiram quanto ao período gestacional de maior perigo, revelando diferenças frente à literatura científica. No entanto, ambas as ferramentas apresentaram lacunas, como ausência de especificidade nas consequências fetais de certos medicamentos ou falhas na ordenação de prevalência de problemas gestacionais. Constatou-se ainda diferenças nos fatores considerados influentes na teratogenicidade, além de discrepância nas estimativas de incidência de malformações provocadas por fármacos. Conclusões/Considerações Finais: conclui-se que as IAs analisadas podem ser úteis como ferramentas complementares no acesso à informação médica, mas não devem substituir a literatura científica consolidada, especialmente em temas delicados como a saúde gestacional. Há necessidade de aperfeiçoamento dessas tecnologias e de estudos contínuos que avaliem sua aplicabilidade e precisão frente às evidências científicas. Além disso, sugere-se uma formação aos estudantes e profissionais da saúde acerca do uso de IAs em diferentes contextos.