PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE TRANSTORNO MENTAL RELACIONADO AO TRABALHO ASSOCIADO A PRÁTICAS ETILISTAS NO SUL DO BRASIL
Palavras-chave:
Transtornos Mentais, Saúde Ocupacional, Saúde Pública, Perfil de SaúdeResumo
Introdução: Transtornos mentais podem estar relacionados a diversos fatores, entre eles o trabalho, estes afetam a produtividade e bem-estar dos trabalhadores. Um dos reflexos dos transtornos vem a ser o abuso do álcool, como medida de fuga, tais práticas etilistas representam um problema de saúde pública no país. Objetivos: Analisar as relações entre transtornos mentais e práticas etilistas nos estados do sul do Brasil entre os anos de 2009 e 2023 Metodologia: Este estudo observacional, quantitativo e retrospectivo, utilizou dados extraídos do DATASUS. Foram analisados os casos de transtornos mentais relacionados ao trabalho associados a práticas etilistas, registrados de 2009 a 2023, nos estados do sul do Brasil. Os dados foram organizados quanto ao uso de álcool. As informações foram agrupadas por ano e estado, e a proporção de cada categoria foi calculada em relação ao total de casos por ano. Por meio de análise descritiva, buscou-se identificar tendências e variações na distribuição dos casos ao longo do período, a fim de compreender o perfil epidemiológico dos transtornos mentais relacionados ao trabalho associados ao uso de álcool na região sul do Brasil. Resultados e Discussão: No Paraná, os casos associados ao etilismo ("Sim") oscilaram entre 0% e 1,41% de 2009 a 2023, enquanto os casos "Não" atingiram 36,28% em 2022. A categoria "Ignorado" também apresentou variações relevantes, como 34,02% em 2015, indicando falhas nos registros de etilismo. No Rio Grande do Sul (RS), a proporção de casos "Sim" cresce, alcançando 43,59% em 2023. Anos anteriores mostraram percentuais menores de "Sim", como 1,16% em 2011, enquanto a categoria "Ignorado" variou, chegando a 47,71% em 2019. Em Santa Catarina, os casos "Sim" foram baixos, com pico de 12,50% em 2009, predominando os casos "Não", que atingiram 41,03% em 2010, e a categoria "Ignorado" alcançando 25% neste ano. Essas variações reforçam a necessidade de melhorar os registros e aprofundar a investigação sobre a relação entre etilismo e transtornos mentais no trabalho. Conclusões: As análises demonstram a vinculação do padecimento mental no ambiente de trabalho nos estados do sul do Brasil com práticas etilistas. Tal situação se encontra mais presente no RS, com um perfil epidemiológico que ressalta a necessidade de estratégias focadas na prevenção e no tratamento de transtornos mentais relacionados ao trabalho, especialmente considerando o impacto potencial do etilismo na saúde dos trabalhadores.