A vacinação pediátrica contra a COVID-19, na prevenção da Síndrome Inflamatória Multissistêmica pediátrica:

o risco da hesitação vacinal.

Autores

  • Isadora Pedrão UFFS/ Acadêmica
  • Guilherme Jarentchuk
  • Thais Nascimento Helou

Palavras-chave:

SIM-P, COVID-19, hesitação vacinal, pediatria

Resumo

Introdução: A Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) é um quadro clínico que ocorre após a infecção aguda da COVID-19. Propõe-se sintetizar o que há de evidência nos boletins epidemiológicos nacionais a respeito da possível redução de casos de SIM-P após o início da vacinação pediátrica contra essa doença, verificando, ainda, se a hesitação vacinal apresenta risco aos infantes para desenvolvimento dessa síndrome. Objetivos: Relacionar os dados obtidos a fim de verificar se as vacinas contra a COVID-19 têm impacto no número de casos de SIM-P no país, correlacionando a hesitação vacinal entre as diferentes faixas etárias aos números de casos de SIM-P. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura simples, observacional, quantitativa e retrospectiva, dos boletins epidemiológicos a respeito da COVID-19 publicados pelo Ministério da Saúde, de janeiro de 2020 a março de 2024. Resultados e Discussão: Foram confirmados 2.142 casos de SIM-P entre janeiro de 2020 e março de 2024. Em 2020, 2021 e 2022 foram registrados, respectivamente, 743, 868 e 448 casos de SIM-P. Já em 2023,  observou-se apenas 72 casos no ano. Paralelamente, no período de 18 de janeiro de 2021 até 30 de março de 2024 foram aplicadas 518.518.208 doses de vacinas monovalentes contra a COVID-19; dessas foram aplicadas duas doses em 15,33% da faixa etária de seis meses a dois anos; 24,15% de três a quatro anos e 56,53% de cinco a 11 anos. Já na faixa etária de 12 a 17 anos 82,83% receberam duas doses. Tal divergência na cobertura vacinal entre as faixas etárias pode justificar menor taxa de SIM-P em adolescentes no Brasil, com o predomínio de casos na faixa etária de um a quatro anos (38,0% dos casos), seguida por cinco a nove anos (30,57%), dez a 14 anos (17,5%), menores de um ano (11,34%) e somente 2,6% dos casos de 15 a 19 anos. Conclusões/ Considerações Finais: Observou-se queda acelerada dos casos de SIM-P após o início da vacinação contra a COVID-19 (segundo semestre de 2022), evidenciando possível fator protetivo vacinal no desenvolvimento de SIM-P, além de outros possíveis fatores envolvidos como variantes do vírus e aumento da imunidade na comunidade. As faixas etárias com menores taxas de vacinação são as que apresentam maiores taxas de incidência da SIM-P, revelando o risco da hesitação vacinal em relação ao desenvolvimento dessa Síndrome, assim como a necessidade de políticas públicas voltadas a desmistificar as inseguranças perpetuadas por movimentos antivacina.

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Publicado

21-07-2025