DISTRIBUIÇÃO DA TOXOPLASMOSE CONGÊNITA NO NORTE DO BRASIL

UM ALERTA PARA AÇÕES REGIONAIS DE PREVENÇÃO

Autores

  • Nina Ferreira Brandão Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Otavio Ananias Pereira da Silva Ribeiro Medicina. Universidade Federal da Fronteira Sul.
  • Betina Drehmer da Rosa Medicina. Universidade Federal da Fronteira Sul.
  • Andre Firmino Neves Medicina. Universidade Federal da Fronteira Sul.
  • Michelli Fontana Medicina. Universidade Federal da Fronteira Sul.
  • Rodrigo Lopes da Silva Medicina. Universidade Federal da Fronteira Sul.
  • Lara Gandolfo Médica do Centro de Saúde da Família Juvenal Batista no Bairro Quedas do Palmital. Secretaria de Saúde.
  • Débora Tavares de Resende e Silva Docente do curso de Medicina. Universidade Federal da Fronteira Sul.

Palavras-chave:

Toxoplasmose, saúde da criança, saúde pública, saúde preventiva

Resumo

Introdução: A Toxoplasmose Congênita é uma infecção causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, transmitida da mãe para o feto durante a gravidez, podendo causar sérios danos ao desenvolvimento fetal. Objetivos: Avaliar a incidência de Toxoplasmose Congênita no período de 2019 a 2023, caracterizando os dados por ano e região e investigando possíveis fatores associados ao aumento ou diminuição dos casos. Metodologia: Os dados de incidência de toxoplasmose congênita na região norte do Brasil foram obtidos a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A análise dos dados foi realizada no software R, utilizando estatísticas descritivas e análise de variância, seguida do teste de Scott-Knott (p < 0,05) para identificar padrões relevantes. Resultados e Discussão: A análise de variância indicou diferenças estatisticamente significativas entre os diferentes estados da região norte, entre 2019 e 2023, com um valor de p menor que 0,001, confirmando que as médias dos casos em cada grupo analisado são significativamente diferentes. O teste de Scott-Knott revelou a formação de quatro grupos distintos com médias de casos significativamente diferentes. O grupo com as maiores médias incluiu os estados do Acre (16,3) e Tocantins (15,4), que possivelmente correspondem a estados com maior incidência da doença. Seguido pelo Amapá (8,6), que diferiu dos demais. Roraima (3,8) e Rondônia (3,5) não diferiram entre si. Já os estados do Amazonas (1,3) e Pará (0,6) foram os que apresentaram menor incidência dos casos. Esses resultados sugerem uma distribuição heterogênea da Toxoplasmose Congênita no período estudado, com alguns locais apresentando uma carga significativamente maior de casos. Fatores que podem ter influenciado essa variação incluem diferenças regionais no acesso aos serviços de saúde, políticas de notificação, e a presença de programas preventivos focados em gestantes. O fato de áreas com maior incidência possuírem médias consideravelmente maiores em comparação a áreas com baixa notificação ressalta a necessidade de intervenções regionais específicas. Conclusões: O estudo evidenciou a importância do acompanhamento contínuo e da vigilância da toxoplasmose congênita no Brasil. A concentração dos casos em algumas áreas aponta para desigualdades no acesso aos cuidados pré-natais. Intervenções mais focadas nas regiões de maior incidência podem ajudar a reduzir os casos e as complicações associadas à doença.

 

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Publicado

21-07-2025