TUBERCULOSE NA AMÉRICA: RELAÇÕES ENTRE VARIÁVEIS SOCIOECONÔMICAS E SUA INCIDÊNCIA

Autores

  • Betina Drehmer da Rosa UFFS
  • Otavio Ananias Pereira da Silva Ribeiro
  • Nina Ferreira Brandão
  • Andre Firmino Neves
  • Michelli Fontana
  • Rodrigo Lopes da Silva
  • Lara Gandolfo
  • Débora Tavares de Resende e Silva

Palavras-chave:

Tuberculose, Saúde do Homem, Saúde Pública, Saúde Preventiva

Resumo

Introdução: A relação entre indicadores socioeconômicos e a incidência de doenças infecciosas tem sido amplamente estudada para compreender a influência de fatores como renda per capita, taxa de desemprego e gasto em saúde na incidência de doenças, como a tuberculose. Objetivos: O objetivo do trabalho foi analisar as relações entre variáveis socioeconômicas e a incidência de tuberculose em países da América entre 2014 e 2020. Metodologia: Este estudo, quantitativo, observacional e retrospectivo, analisou variáveis socioeconômicas, como produto interno bruto per capita (PIB), taxa de desemprego, urbanização e gastos em saúde, usando dados da Organização Pan-Americana de Saúde. Foram aplicadas regressão linear múltipla, agrupamento com distância euclidiana e análise de variância, todas no software R. Resultados e Discussão: A análise de regressão indicou que o PIB e o percentual de gastos em saúde apresentaram correlações positivas significativas com a incidência de tuberculose (R²aj. 36,8%). Os resultados indicam que, embora se espere que um maior PIB e maiores gastos em saúde reduzam a incidência de tuberculose, esses fatores também podem refletir uma maior capacidade de diagnóstico e notificação. Países com melhores sistemas de saúde tendem a relatar mais casos, revelando uma realidade epidemiológica mais clara, sem necessariamente indicar piora nas condições de saúde. A análise de cluster revelou cinco grupos de países com diferentes padrões de incidência. O grupo 1 (G1) inclui o Brasil; o grupo 2 (G2) é composto por Canadá e Estados Unidos; o grupo 3 (G3) abrange Colômbia, Costa Rica, Chile, Argentina e Uruguai; o grupo 4 (G4) inclui República Dominicana, México, Panamá, Suriname, Honduras, Nicarágua, Bolívia, El Salvador, Equador, Paraguai, Belize, Guatemala e Trinidad e Tobago; e o grupo 5 (G5) é formado por Haiti e Peru. A análise de variância mostrou diferenças significativas entre os grupos (p < 0,001). O grupo 5 apresentou a maior incidência de tuberculose, significativamente diferente dos outros. Os grupos 1 e 4 não diferiram entre si, e o grupo 2 teve a menor incidência,significativamente distinta dos demais. Conclusões: Os resultados sugerem que variáveis econômicas e estruturais influenciam diretamente a incidência de doenças infecciosas nos países estudados, destacando a importância de políticas públicas voltadas à saúde e ao desenvolvimento socioeconômico para mitigar a propagação dessas doenças.

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Publicado

21-07-2025