HOMENS SÃO MAIS AFETADOS POR TUBERCULOSE EM MINAS GERAIS?

Autores

  • Edemilton Rodrigues Santos Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Otavio Ananias Pereira da Silva Ribeiro Acadêmico de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Glaucon J Jean Jerry Joubert Peruzzo Acadêmico de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Natan Santos Soares de Oliveira Acadêmico de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Rodrigo Lopes da Silva Acadêmico de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Vinicius Pagani Acadêmico de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Henrique Dickel De Mello Acadêmico de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Rosane Paula Nierotka Fisioterapeuta, Doutora em Ciências da Saúde, Docente do curso de medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul

Palavras-chave:

Tuberculose, Saúde do Homem, Saúde Pública, Programas de Saúde Preventiva

Resumo

Introdução: A tuberculose (TB) permanece um desafio significativo de saúde pública no estado de Minas Gerais. Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, o estado enfrenta problemas persistentes, como a alta prevalência da resistência e dificuldades no acesso ao tratamento. Objetivo: Analisar a distribuição dos casos de TB por faixa etária e gênero em Minas Gerais e avaliar a associação entre essas variáveis para identificar possíveis disparidades no diagnóstico da doença entre homens e mulheres. Metodologia: Realizou-se uma análise retrospectiva dos dados epidemiológicos de TB no período de 2014 a 2023, utilizando registros do Sistema de Informação de Agravos de Notificação referentes a Minas Gerais. Foram analisadas as diferenças entre os gêneros e faixa etária por meio de dados quantitativos. Para avaliar a associação entre as variáveis, aplicou-se o teste de qui-quadrado utilizando o software SPSS versão 25. Resultados e discussão: Verificou-se uma associação significativa entre as variáveis idade e sexo na distribuição dos casos de TB. Dos 47.188 casos, a ocorrência foi maior entre os homens (33.713) do que entre as mulheres (13.475). Observou-se que as diferenças entre os sexos foram estatisticamente significativas, com exceção do grupo de 50 a 69 anos, onde as proporções entre homens e mulheres foram mais semelhantes. A faixa etária de 30 a 49 anos apresentou o maior número de casos, com um total de 19.952, sendo 14.975 em homens e 4.977 em mulheres. O teste de Qui-quadrado indicou uma relação significativa entre idade e sexo (p < 0,001). Esses achados indicam que a TB afeta desproporcionalmente os homens, especialmente nas faixas etárias mais avançadas, o que pode estar relacionado a fatores como maior exposição ao bacilo, condições de trabalho e diferenças comportamentais, como maior prevalência de hábitos de risco (tabagismo e consumo de álcool). A maior prevalência de casos em homens reflete padrões observados em estudos globais e reforça a necessidade de intervenções específicas para este grupo. Conclusão: Esses resultados ressaltam a necessidade de estratégias de saúde pública direcionadas para grupos mais vulneráveis, com foco em intervenções específicas para homens e populações em faixas etárias críticas, visando à redução das disparidades no diagnóstico e tratamento da TB.

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Publicado

21-07-2025