Autoavaliação de saúde segundo a ocupação em estudantes universitários durante a pandemia de Covid-19

Resumo

Introdução: A disseminação da Covid-19 levou o mundo a ter que adotar medidas de distanciamento e isolamento social, o que acarretou problemas na saúde e no bem-estar geral da população. Nessa perspectiva, uma ferramenta importante para avaliar a saúde da população é a autoavaliação de saúde, a qual considera aspectos pluridimensionais de avaliação global da saúde, compreendendo tanto os aspectos objetivos quanto os subjetivos. Objetivos: Verificar a associação da autoavaliação de saúde entre estudantes universitários, de acordo com a ocupação, durante a pandemia da Covid-19. Metodologia: Este estudo transversal foi conduzido com os alunos da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) por meio de websurvey - questionário distribuído via e-mail individual, durante o período de novembro a dezembro de 2020. Dentre as 19 perguntas realizadas aos entrevistados, uma delas questionou quanto à ocupação no momento do preenchimento da pesquisa. A relação entre as variáveis foi avaliada pela distribuição qui-quadrado (95% de confiança). Resultados e Discussão: Entre os 1317 respondentes, a  média de idade dos participantes foi 23,9 anos, sendo 18 a idade mínima e 69 a máxima. Dos participantes que se consideraram “desempregados”, 12,67% avaliaram sua saúde como ruim ou muito ruim, enquanto 48,67% consideraram sua saúde como boa ou muito boa. Por outro lado, apenas 4,56% dos que se identificaram como “estudantes” consideraram sua saúde ruim ou muito ruim, ao passo que 62,50% classificaram sua saúde como boa ou muito boa. A autoavaliação de saúde associou-se de forma significativa com a ocupação (p = 0,003). Conclusões/Considerações Finais:  Apesar de todos os entrevistados serem estudantes, alguns deles se consideraram como “desempregados”, e a maioria destes avaliou sua saúde como pior do que aqueles que se consideraram como “estudantes”. Ainda, os alunos que se autodeclararam desempregados e relataram uma qualidade de saúde pior são provenientes, majoritariamente, dos cursos de enfermagem, artes visuais, biologia e agronomia. Dessa forma, percebe-se uma precarização das condições de saúde entre os desempregados, visto que esta população enfrenta maior vulnerabilidade social e, consequentemente, uma pior qualidade de vida em geral, com piores condições de acesso aos serviços.

Palavras-chaves: Análise da Situação de Saúde. Estudante Universitário. Ensino Superior. Ocupação Laboral. Desemprego.