RELATO DE CASO RARO: EPÚLIDE CONGÊNITA NO RECÉM NASCIDO.
Palavras-chave:
Epúlide, Lesão Periférica Congênita, Doenças GengivaisResumo
Introdução: Epúlide Congênita (EC) é uma lesão benigna rara dos tecidos moles gengivais do recém-nascido. Na literatura, cerca de 200 casos foram descritos desde o primeiro relato em 1871, sendo apenas 02 no Brasil. Acredita-se que se origine de células mesenquimais primitivas da crista neural. Em vez de ser uma neoplasia verdadeira a EC é considerada uma lesão reativa ou degenerativa de origem mesenquimal que normalmente aparece na crista alveolar maxilar anterior de recém-nascidos, sem estar associado a outras malformações congênitas. O tumor tem uma predileção feminina, com uma proporção de 8:1. A EC aparece com mais frequência na maxila do que na mandíbula 2:1. A lesão não causa sensibilidade ou alteração na superfície e não costuma aumentar de tamanho após o nascimento, a regressão espontânea é rara, sendo que tumores maiores podem interferir na alimentação e respiração exigindo excisão da lesão. Descrição de caso: A paciente, do sexo feminino, recém-nascida (01 dia de vida), saudável, apresentou dificuldade na alimentação devido á uma massa tumoral em região de rebordo mandibular central, foi então examinada pela equipe de Cirurgia Bucomaxilofacial do Hospital Regional do Oeste – Chapecó/SC, após exame oral foi identificada a massa tumoral com medidas de 1,5X1,0X0,5cm, que dificultava a amamentação, por indicação clínica foi realizada exérese da lesão sob anestesia geral. Optou-se pela exérese cirúrgica de forma conservadora, levando em consideração os limites anatômicos e possíveis alterações para o desenvolvimento futuro da dentição. A peça anatômica foi enviada ao laboratório onde houve a confirmação de Epúlide Congênita de Células Granulares. Considerações finais: Embora o EC seja uma lesão benigna e rara, pode causar diversas alterações no desenvolvimento maxilofacial além de alterar o crescimento natural a longo prazo. Nessa situação não houve diagnóstico previamente ao nascimento, o que emerge um pré-natal falho, o qual pode ser explicado por três razões: a lesão pode ter sido muito pequena até o último mês de gestação, a posição do feto ou características do abdômen materno podem ter dificultado a visualização da região bucal, ou os exames realizados após o morfológico de 20-22 semanas não detectaram malformações. A falta de diagnóstico pré-natal coloca problemas na sala de parto, visto que se uma lesão ocupante de espaço for diagnosticada pré-natal, o parto pode ser planejado, em muitos casos em um centro de cuidados terciários.