MÁS PRÁTICAS OBSTÉTRICAS ENFRENTADAS POR MULHERES INDÍGENAS: UMA REVISÃO NARRATIVA
Palavras-chave:
Palavras-chaves: Más Práticas Obstétricas. Mulheres Indígenas. Negligência. Parto. Serviços de SaúdeResumo
Introdução: As más práticas obstétricas são reconhecidas como atos que vão desde abusos verbais até violência física. Em paralelo, mulheres indígenas enfrentam barreiras relacionadas à falta de acesso a serviços de saúde adequados e desrespeito às suas práticas culturais no parto, questão que agrava esse tipo de conduta inadequada. Objetivos: Investigar as más práticas obstétricas enfrentadas por mulheres indígenas, visando identificar desafios relacionados à temática nesse grupo, com o intuito de fornecer uma base sólida para práticas mais igualitárias. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, norteada pela pergunta: Quais são as principais negligências obstétricas enfrentadas por mulheres indígenas?. A busca foi realizada nas plataformas "PubMed" e "SciELO", no mês de agosto. Utilizou-se Descritores em Ciências da Saúde (DECS) na língua inglesa, combinados com operadores booleanos “obstetric violence” AND “indigenous people”, considerando o recorte temporal de 2019 a 2024. A pesquisa resultou na identificação de quatro artigos publicados, sendo que três deles são em inglês e um em espanhol. Resultados e Discussão: Os abusos relatados nos quatro artigos selecionados foram: profissionais da saúde forçarem essas mulheres a ficarem em posições desconfortáveis, preconceitos étnicos por parte da equipe, negligência de informações sobre o parto e rispidez no tratamento com a parturiente. Apenas o artigo em espanhol referenciou violência física, a Manobra de Kristeller, que consiste em pressionar a parte superior do útero a fim de acelerar a saída do bebê. Todavia, as violências não se restringem apenas a questões pessoais, mas também sociais e culturais. É possível analisar aspectos como a adequação dos profissionais à cultura indígena e a acomodação das estruturas, que visa atender necessidades pessoais e sociais. O cenário é agravado para gestantes indígenas, pois situações como xenofobia, divergências culturais na relação médico-paciente e falta de conhecimento sobre saúde materna pioram a situação. Conclusão: Com base nos dados, é evidente que as más práticas obstétricas tem diversas consequências às mulheres indígenas devido aos estigmas sociais, podendo ser visto na falta de acesso a serviços de saúde, precariedade da situação sócio-econômica e carência de informações sobre o parto. Devido à escassez de publicações sobre o tema, todos os artigos encontrados foram selecionados, evidenciando a necessidade de mais pesquisas na área.