ENSINO E PRÁTICA DE COMUNICAÇÃO CLÍNICA NA PEDIATRIA
Palavras-chave:
Comunicação em Saúde, Pediatria, Educação Médica, Relações médico-pacienteResumo
Introdução: Essencial para a qualidade da relação médico-paciente e sucesso da terapêutica, a comunicação é uma habilidade complexa que se torna ainda mais desafiadora no atendimento de crianças devido a fatores específicos envolvidos. Objetivo: Investigar os relatos de egressos e estudantes de internato do curso de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul - campus Chapecó (SC) sobre as potencialidades e desafios presentes na comunicação clínica na assistência à saúde de crianças. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa qualitativa utilizando entrevistas narrativas de seis estudantes de internato e seis egressos do curso. Com o intuito de estimular os participantes para o relato de suas experiências no atendimento pediátrico, o tema da narrativa foi explicado pelas pesquisadoras individualmente antes de cada entrevista. Os doze relatos gravados foram parafraseados, transcritos e separados em sentenças sintéticas (n=2725). As sentenças foram posteriormente submetidas a uma análise de conteúdo dedutiva no software QDA Miner. A frequência das categorias e subcategorias criadas, nuvem de palavras mais presentes nas entrevistas e o dendograma da análise de cluster foram determinados no software Word Stat. Resultados e Discussão: As categorias mais frequentes nos relatos obtidos nas entrevistas foram sobre “Prática de comunicação na vida clínica” (38,8%; n=1061), “Componente comunicação no curso de medicina” (25,4%; n=702) e “Percepções sobre o processo de formação médica” (21,8%; n=593), com destaque para as subcategorias “Comunicação com a criança” (14,3%; n=391), “Aprendizados adquiridos” (13,9%; n=383) e “Percepção da importância de atividades práticas para o aprendizado” (7,3%; n=200), respectivamente. Os relatos enfatizam a importância de estratégias como adaptação de vocabulário e repetição de informações. Além disso, estudantes e médicos que tiveram aulas relacionadas à comunicação em saúde ao longo da formação relataram se sentirem mais amparados durante a prática clínica. Conclusões/Considerações finais: Considerando os relatos analisados, ressalta-se a necessidade da expansão do ensino prático da comunicação e a importância de simulações clínicas, que possibilitem um aprendizado mais controlado e ativo dos conhecimentos e que contribuam para a formação médica.