Relevância Fisiopatológica dos Mecanismos Purinérgicos
a NTPDase e a ADA em Linfócitos de Pacientes com Lesão Intraepitelial de Alto Grau do Colo Uterino
Resumo
Introdução: A infecção persistente por um dos subtipos oncogênicos do Papilomavírus humano (HPV) é o principal fator de risco para o desenvolvimento de lesões intraepiteliais de alto grau (HSIL), precursoras do câncer de colo uterino. Há associação entre esta infecção e alterações em vias do sistema de sinalização purinérgica. Objetivo: Este é o primeiro estudo descrito na literatura que tem como objetivo avaliar a atividade de enzimas purinérgicas NTPDase e adenosina deaminase (ADA) em linfócitos de pacientes com HSIL e em grupo controle, constituído de mulheres saudáveis. Metodologia: O estudo é quantitativo e de caso e controle, em que participaram 32 mulheres com diagnóstico citopatológico de HSIL e 35 mulheres do grupo controle. A atividade enzimática da NTPDase, utilizando substrato de ATP e ADP, e da ADA foi avaliada por meio de método colorimétrico. Resultados e Discussão: Como resultado, encontrou-se que a hidrólise do ATP e ADP está aumentada pela maior atividade da NTPDase no grupo com HSIL em comparação ao grupo controle. Resultado semelhante foi encontrado para a atividade da ADA e o p <0,05 foi considerado em todas as análises. Com isso, demonstrou-se que as pacientes com HSIL não tratadas apresentam maior atividade da NTPDase e ADA, em linfócitos, quando comparadas a indivíduos saudáveis. Este estudo contribui para a compreensão da fisiopatologia do desenvolvimento do câncer de colo uterino, uma vez que o aumento da hidrólise do ATP em adenosina, por meio das atividades das enzimas descritas, promoveria a redução da concentração de componentes pró-inflamatórios e aumento de substâncias imunossupressoras, levando à progressão tumoral. Conclusões/Considerações finais: Pela primeira vez, foi demonstrado através desta pesquisa que pacientes com HSIL não tratadas apresentam maior atividade da NTPDase, tanto para a hidrólise de ATP como de ADP, e da ADA, em linfócitos, quando comparados a indivíduos saudáveis. Com isso, este estudo contribui para a compreensão da fisiopatologia do câncer de colo uterino a partir de alterações na via de sinalização purinérgica.