INFECÇÃO PELO CORONAVÍRUS DURANTE A GRAVIDEZ: AVALIAÇÃO DOS DESFECHOS GESTACIONAIS

  • Maria Eduarda Hanel Unochapecó
  • Letícia Decezaro Dall'Agnol Unochapecó
  • Carlos Alberto Gollo
  • Ana Cristina Accorsi
Palavras-chave: Covid-19. Gestação. Desfechos na gestação.

Resumo

Introdução: a Covid-19 causa alterações no sistema imunológico da gestante infectada levando a liberação de citocinas que afetam a placenta, o que pode estar relacionado com complicações no decorrer da gestação. Objetivos: analisar os desfechos gestacionais apresentados pelas grávidas infectadas pelo coronavírus. Metodologia: trata-se de uma revisão integrativa da literatura de caráter quantitativo, que analisou artigos de 2020 a 2022 que abordaram os desfechos gestacionais, usando como bases de dados Pubmed, Google Acadêmico, Biblioteca Virtual em Saúde e Oasisbr, totalizando 26 artigos após exclusão dos estudos que não se encaixavam nos critérios de inclusão propostos. Resultados e Discussão: os principais desfechos gestacionais foram parto prematuro, ruptura prematura de membranas, aborto, sofrimento fetal intrauterino, natimorto, óbito neonatal e líquido amniótico meconial, também mais prevalentes em outros estudos, exceto o líquido amniótico meconial. Acerca da morte materna, um estudo abordou essa temática e relatou a morte de duas gestantes infectadas, estando em concordância com outros estudos observados. Em relação ao tipo de parto, observou-se que a cesárea foi mais recorrente nas gestantes infectadas pelo vírus por diversas indicações, indo ao encontro de outros estudos que também relataram prevalência dessa via mesmo não sendo uma indicação absoluta. Referente a idade gestacional evidenciou-se uma grande variabilidade, sendo ela de 32 a 39 semanas. Outros estudos corroboram com essa variedade e associam piores desfechos perinatais com menor idade gestacional. No que se refere à transmissibilidade materno-fetal, ainda existem divergências na literatura e apenas um artigo analisou essa variável e demonstrou não haver transmissão vertical, no entanto, referiu que se altos níveis de SARS-CoV-2 forem encontrados na placenta o feto pode ser prejudicado. Isso corrobora com outros estudos observados que relatam o predomínio de recém-nascidos com testes negativos em relação aos positivados. Conclusões: Por ser uma problemática recente, existem muitas limitações nos estudos acerca desse tema, no entanto, fica clara a importância de analisar as interferências que a Covid-19 pode causar no período gestacional e as consequências que pode trazer para a gestante e seu neonato. Por isso, é essencial que novas pesquisas sejam desenvolvidas a fim de melhor elucidar, a curto e longo prazo, as consequências do coronavírus na gestação e no binômio materno-fetal. 

Publicado
04-11-2023