MODULAÇÃO DOS NÍVEIS DE LEPTINA ATRAVÉS DO EXERCÍCIO FÍSICO EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA EM HEMODIÁLISE

  • Enzo Gheller Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Claudio Eliézer Pomianowsky
  • Lucas Zannini Medeiros Lima
  • Josiano Guilherme Puhle
  • Debora Tavares de Resende e Silva
Palavras-chave: Leptina. Doença renal crônica. Exercício físico. Hemodiálise

Resumo

Introdução: O tecido adiposo sintetiza e libera diversas substâncias chamadas de adipocinas, sendo uma das principais a leptina, a qual por sua vez regula a massa corporal e a função renal, sendo que a doença renal crônica (DRC) está associada à hiperleptinemia. Os exercícios físicos levam à diminuição das células adiposas, devido à redução da formação e estímulo da degradação de triglicérides nos depósitos de gordura. Objetivo: Analisar os níveis plasmáticos de leptina antes e após 12 semanas de treinamento físico de resistência em pacientes com doença renal crônica em hemodiálise. Metodologia: Estudo quantitativo, intervencional, descritivo e comparativo. A amostra foi composta por 31 pacientes que aceitaram fazer o protocolo de exercícios físicos de resistência por 12 semanas durante a hemodiálise. Analisou-se prontuários para caracterização da amostra e também para avaliar o efeito do protocolo sobre os padrões bioquímicos. Os níveis de leptina foram analisados pelo método de ELISA antes e após o protocolo. Resultados e Discussão: A média de idade foi 50,90±16,36, sendo 51,61% do sexo masculino e a doença de base mais prevalente foi a hipertensão arterial (25,80%). Em relação aos níveis bioquímicos, observou-se que, após a intervenção com o protocolo, a taxa de filtração glomerular aumentou significativamente (p=0,027), já os níveis plasmáticos de albumina diminuíram significativamente (p=0,027), assim como os do sódio (p<0,001) creatinina (p=0,205), glicose (p=0,950), uréia (p=0,765), o LDL (p=0,618) e a leptina (p=0,829), enquanto que o HDL aumentou (p=0,081). Conclusão: A aplicação do protocolo de exercício físico resistido em pacientes em hemodiálise promoveu alterações sobre os padrões bioquímicos e para mais, o estado de leptina aumentado é observado na DRC, porém nossos achados demonstram que após o protocolo os níveis diminuíram. A leptina elevada em pacientes com DRC pode deteriorar ainda mais a função renal e levar ao aumento do risco cardiovascular, pois a superprodução de leptina pelo tecido adiposo pode resultar em hiperinsulinemia, inflamação crônica e distúrbios lipídicos significativos em pacientes com DRC. Portanto, nota-se que o exercício físico pode ser de grande importância para a modulação bioquímica da leptina desses pacientes em hemodiálise.

Publicado
15-09-2022