SINALIZAÇÃO PURINÉRGICA PLAQUETÁRIA NO PROCESSO DE ANGIOGÊNESE DO C NCER DE COLO DE ÚTERO

  • Rackel Silva Resende Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Paula Câmara Lima Faria
  • Andreia Machado Cardoso
Palavras-chave: Angiogênese, Câncer de colo de útero, Sistema Purinérgico, Plaquetas

Resumo

Introdução: O câncer de colo uterino (CCU) é o quarto câncer mais comum entre as mulheres do mundo, possuindo elevada taxa de mortalidade. A angiogênese é um fator importante para a progressão tumoral, e a expressão dos receptores purinérgicos plaquetários tem demonstrado estar relacionada com esse processo.  Objetivo: compreender a atuação da sinalização purinérgica plaquetária na angiogênese no câncer de colo uterino. Metodologia:  Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, sendo utilizada as bases de dados PubMed e Scielo. Os descritores utilizados foram “cervical cancer”, “purinergic system”, “platelets” e "Angiogenesis Inducing Agents" associados ao operador booleano “AND”. Foram selecionados artigos publicados no período entre janeiro de 2001 até março de 2021. Resultados e Discussão: A análise da literatura disponível demonstrou que existe uma ampla relação entre a ativação dos receptores purinérgicos plaquetários e a angiogênese tumoral no contexto do câncer de colo uterino. As plaquetas humanas expressam receptores purinérgicos da classe P2Y, sendo o principal relacionado com a angiogênese tumoral o P2Y12. Associado a isso, os tumores possuem alta capacidade de liberar adenosina 5’ difosfato (ADP), o qual interage com os receptores purinérgicos P2Y12 encontrados na superfície plaquetária, liberando fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), uma proteína pró-angiogênica. Outro mecanismo associado com o processo angiogênico relacionado com a atuação plaquetária é as plaquetas conseguirem sequestrar e captar os mediadores pró-angiogênicos liberados pelo tumor e do ambiente circundante e injetá-los no tumor, configurando uma relação recíproca. Assim, ao passo que as  plaquetas promovem a angiogênese tumoral, utilizando de suas secreções que irão se ligar aos receptores purinérgicos, elas também sequestram proteínas e RNAm do tumor, tornando-se plaquetas educadas para o tumor.   Conclusão/Considerações Finais: É possível perceber que a sinalização purinérgica plaquetária relacionada ao receptor P2Y12 é um dos fatores importantes para a manutenção do fornecimento de nutrientes ao tumor, uma vez que é bastante importante para que a angiogênese aconteça. Dessa maneira, fica evidente a sua relevância para a progressão tumoral no câncer de colo uterino.

Publicado
14-09-2022