INFECÇÃO DE HIV EM MULHERES TRANSGÊNERO

UM ESTIGMA SOCIAL

Palavras-chave: Estigma, HIV, Mulheres transgênero

Resumo

Introdução: O estigma social trazido no século XX, a partir do início de pesquisa sobre infecção pelo HIV na Síndrome da Imunodeficiência Humana (AIDS), perdurou durante quase um século, sendo exacerbado pela relação feita no período entre o vírus e os homossexuais. Atualmente, com o conhecimento aprimorado, parte dessa visão social foi amenizada, entretanto, é evidente a permanência deste quando relacionado às mulheres transgênero. Objetivos: Descrever o estigma social frente à infecção pelo HIV em mulheres transgênero. Metodologia: Realizada uma revisão de literatura do tipo integrativa, a partir de utilização da base de dados PubMed e Google Scholar, diante dos descritores “HIV”, “Women” e “Transgender women” associados ao operador booleano “AND”. Foram analisados quatro textos e excluídos cinco, dentre os critérios de inclusão e exclusão: conteúdo conciso, literatura recente em idiomas de português e inglês.  Resultados e Discussão: A descrição dos estudos expõe que a discriminação e incidência de infecção em mulheres transgênero, em comparação à homens e mulheres cis, é de maior prevalência, sendo por volta de 48 vezes maior, englobando a porcentagem de 19%, visto à sua vulnerabilidade social. Os estudos implicam que a impossibilidade e carência de acesso à áreas vitais socioeconômicas, a explicitar educação e saúde, em associação a fatores biológicos e comportamentais, a transfobia e violência, estruturam fatores chaves para os dados prevalentes nesta minoria. Além disso, socialmente estabelecido pelo padrão heteronormativo, mulheres transgênero são comumente expostas à periferia social, tornando-se sujeitas a um contexto de vida subordinativo, privado de meios de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e saúde básica aderidas ao ser humano. A partir do momento de estabelecimento da barreira do cuidado ínfimo e primário, a estratificação de risco é dificultada, assim como profilaxias e terapias são prejudicadas, aumentando a suscetibilidade a agravamento dos casos e piora da qualidade de vida das mulheres. Conclusão: A estruturação social perpetua um estigma e preconceito diante da população em concordância à identidade de gênero trans, em indicativo, no estudo, do gênero feminino, desenvolvendo uma exposição vulnerável e de maior prevalência da infecção por HIV.

Publicado
23-03-2021