COMPREENSÃO DOS DESAFIOS E ESTRATÉGIAS COMUNICATIVAS NO CUIDADO DE CRIANÇAS EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO PARA AMPLIAR A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE-FAMÍLIA

  • Ana Luísa Rasch dos Santos Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Julia Beatrice de Araújo
  • Jullye Gavioli
  • Agnes Cruvinel
Palavras-chave: Habilidades comunicativas; oncologia pediátrica; relação médico-paciente-família.

Resumo

Introdução: O câncer é considerado uma importante causa de morte entre crianças e adolescentes brasileiros. O momento intenso do diagnóstico e a jornada de incertezas que se inicia em seguida, refletem em situações de grande vulnerabilidade para o paciente e sua família. Nesse sentido, a comunicação na oncologia pediátrica se torna, incialmente, desafiadora pela sua natureza triádica: médico-paciente-família. Além disso, impacta diretamente na construção do vínculo, na aceitação da condição e do tratamento, bem como nas perspectivas familiares. Objetivos: Considerando a relevância da comunicação empática e humanizada dentro da oncologia pediátrica, buscou-se compreender os desafios enfrentados pelos médicos durante o compartilhamento de más-notícias e as estratégias que podem facilitar o diálogo nesse momento de fragilidade. Materiais e Métodos: Realizou-se uma revisão narrativa da literatura utilizando as bases de dados PubMed, Scielo, Lilacs e Science Direct. Como descritores foram utilizados “Oncologia Pediátrica”, “Desafios Comunicacionais”, “Habilidades Comunicativas”, entre outros que abordassem a complexa temática analisada. Não houve limitação temporal e os critérios de inclusão ou exclusão foram baseados na adequação ao tema. Resultados e Discussão: A partir do diagnóstico até o término do tratamento oncológico, será constante a interação entre a tríade médico-criança-família. Nesse contexto interativo, os profissionais da saúde enfrentam alguns desafios, como a incerteza sobre suas habilidades comunicativas, os diferentes pontos de vista entre as equipes de saúde, o excesso de expectativas por parte do paciente e familiares, a dificuldade em incluir e informar a criança sobre sua própria condição, bem como o desafio da tomada de decisão compartilhada com os pais. Por outro lado, a utilização da escuta ativa, da comunicação empática e acessível, a construção de uma relação de confiança e respeito, o bom relacionamento entre todos os profissionais da equipe, bem como sua preparação para o diálogo com paciente e família, facilitaram a comunicação e impactaram positivamente na jornada de tratamento. Dessa forma, apesar da comunicação de más-notícias ser por si só um obstáculo, existem diversas estratégias que podem ser usadas pela equipe de saúde para amenizar esse momento difícil e permitir que, através da comunicação humanizada, sejam estabelecidas relações de confiança mútua que contribuem positivamente no cuidado do paciente oncológico pediátrico. Conclusão: Evidencia-se que o processo comunicativo, quando pautado na empatia e na construção do vínculo, pode ser benéfico no cuidado de crianças diagnosticadas com câncer. Ainda, o reconhecimento dos desafios possibilita a busca e utilização de estratégias comunicativas que podem auxiliar na superação dos obstáculos observados no compartilhamento das más-notícias.

Publicado
23-03-2021