Ação das adipocinas no processo inflamatório da obesidade

Uma revisão sistemática da literatura

  • Victória Galletti dos Santos Arraes Universidade Federal da Fronteira Sul / Acadêmica
  • Ana Luiza Vieira Ferreira Guimarães Lopes
  • Júlia Leão Batista Simões
  • Gabriélli Drechsler
  • Lucas Medeiros Lima
  • Daniela Zanini
Palavras-chave: Leptina, Obesidade, Inflamação, IL-6, TNF-alfa

Resumo

Introdução: A obesidade é um problema de saúde difundido mundialmente. O excesso de peso está relacionado com acidentes vasculares, diabetes mellitus tipo 2, hipertensão dentre outras morbidades bem difundidas. Um aspecto importante na fisiopatologia dessa doença é o estabelecimento de um quadro inflamatório de baixo grau que afeta o indivíduo de forma crônica. Nesse sentido, o tecido adiposo atua como um órgão endócrino secretando adipocinas como leptina, TNF–alfa e IL-6, as quais amplificam esse desequilíbrio. Objetivos: Compreender, por meio de análise de estudos científicos disponíveis na literatura, as relações entre as adipocitocinas secretadas e os desfechos observados no prognóstico do paciente obeso. Metodologia: Revisão sistemática utilizando os bancos de dados: PubMed e Scielo, tendo como descritores as palavras “obesity”, “inflammation” e “Brazil” no intervalo de 2014 até 2019. Encontramos 280 artigos. Foram excluídos inicialmente 150 artigos que não relacionavam diretamente os temas e após, 80 artigos que estudavam público idoso (acima de 60 anos), bem como 44 artigos que não continham dados numéricos necessários para análise. Ao final do processo foram selecionados 6 artigos para descrição dos resultados. Resultados e Discussão: Os estudos demonstraram que os adipócitos secretam adipocitocinas inflamatórias, como leptina, adipsina TNF-alfa, IL-6, entre outros, aumentando o quadro de inflamação generalizada no indivíduo. A leptina tem a função de agir no hipotálamo promovendo saciedade. No entanto, quando ela está em excesso pode ocorrer resistência à leptina, o que dificulta sua ação no hipotálamo e pode perpetuar a obesidade. Exercícios físicos, dieta e o uso de simbióticos se mostraram eficazes para reduzir os níveis de adipócitos na população estudada, reduzindo consequentemente os níveis de marcadores inflamatórios.  Conclusão: Assim, compreende-se a presença e influência da leptina no processo inflamatório encontrado na obesidade, todavia, a grande problemática no cenário patogênico é a resistência dos receptores de leptina no hipotálamo. Dessa forma, os obesos possuem concentrações possivelmente altas de leptina, no entanto, a sinalização não ocorre por interrupção de comunicação com os receptores. Como forma de intervenção, a utilização de leptina exógena pode ser capaz de contornar essa resistência, bem como a associação de alterações de hábitos. Além disso, a inserção de exercícios físicos é destacada na literatura, no entanto, não há relação direta entre essas atividades e alterações significativas nos níveis de leptina.

Publicado
23-03-2021