CÂNCER COLORRETAL

fatores protetivos e de risco associados ao consumo de alimentos

  • Isis Carolina Viali Universidade Federal da Fronteira Sul - Chapecó SC
  • Leonardo da Veiga Universidade Federal da Fronteira Sul - Chapecó SC
  • Rafael Fagundes Lopes Universidade Federal da Fronteira Sul - Chapecó SC
  • Elvis Casquet Ribeiro Junior
  • Stefany Maciel Pereira Universidade Federal da Fronteira Sul - Chapecó SC
  • Daniela Zanini
Palavras-chave: Câncer colorretal; Alimentação; Antioxidantes.

Resumo

Introdução: O câncer colorretal (CCR) é a terceira neoplasia mais incidente no mundo, tendo suas causas e prevenção relacionadas aos hábitos alimentares adotados durante a vida de um indivíduo. Alimentos que têm a capacidade de provocar inflamação intestinal são importantes agentes neoplásicos, assim como aqueles que possuem altas concentrações de compostos N-nitrosos (CNN) e enxofre. Por outro lado, existem alimentos que previnem os processos inflamatórios intestinais, como as fibras e os antioxidantes, contribuindo, dessa forma, para a prevenção ou remissão do CCR.  Objetivos: Elucidar os fatores relacionados à alimentação que podem atenuar ou favorecer o desenvolvimento de CCR em humanos. Metodologia: Realizou-se uma revisão sistemática da literatura dos últimos 10 anos, utilizando os descritores “Câncer colorretal”, “alimentação”, “antioxidantes” e “fibras” em língua inglesa na base de dados “PubMed” e em língua portuguesa na base de dados “Scielo”, associados ao operador booleano “AND”. Resultados e Discussão: Constatou-se que alimentos ricos em fibras e antioxidantes exercem um papel preventivo para o CCR, visto que as fibras contribuem para a saúde da microflora intestinal, por facilitar a remoção de carcinógenos, enquanto os antioxidantes evitam a formação radicais livres no corpo. Já os alimentos ultraprocessados e a carne vermelha atuam como agentes de risco para o desenvolvimento da neoplasia colorretal, devido à alta concentração de enxofre presente nos ultraprocessados e à proliferação anormal de colonócitos e indução de síntese de CNN, que ocorre pelo ferro heme presente na carne vermelha. Um desequilíbrio nutricional gerado pela dieta desbalanceada pode ocasionar uma perturbação energética no organismo, levando à obesidade, também identificada como fator de risco para a neoplasia estudada. Ainda, encontrou-se uma relação direta entre as condições socioeconômicas e a incidência do CCR, visto que indivíduos com condições socioeconômicas mais elevadas consomem quantidades maiores de alimentos industrializados e ultra processados, em comparação àqueles com menor poder de compra.  Conclusão: A alimentação pode prevenir ou atuar como um fator de risco para o desenvolvimento do CCR. Os achados acerca dos alimentos ricos em fibras e antioxidantes evidenciam potencial preventivo contra o CCR. Além disso, os níveis de obesidade, assim como indicadores socioeconômicos devem considerados ao se relacionar hábitos alimentares e CCR. Portanto, fica clara a necessidade de se adotar um olhar mais amplo quanto às possibilidades de prevenção desta neoplasia, assim como a necessidade de que se desenvolvam mais estudos nessa área, que visem o desenvolvimento de métodos preventivos quanto ao CCR baseados na orientação nutricional.

Publicado
23-03-2021