TERAPIA ANTINEOPLÁSICA COM TRASTUZUMABE

Revisão narrativa da utilização do anticorpo monoclonal Trastuzumabe em pacientes com câncer de mama HER-2 positivo

  • Victor Daniel Schmoller Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Ana Luísa Rasch dos Santos Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Nágilla Moreira Cordeiro Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Daniela Zanini Universidade Federal da Fronteira Sul
Palavras-chave: trastuzumabe; câncer de mama; proteína oncogênica HER-2

Resumo

Introdução: O câncer de mama apresenta prevalência importante entre a população, sendo o mais diagnosticado em mulheres no Brasil. Dentre as classificações desse tipo de neoplasia, destaca-se aquela em que ocorre superexpressão do receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER-2), favorecendo maior capacidade invasiva ao tumor. Nesse sentido, demonstra-se a necessidade de terapias-alvo que ajam nessa proteína específica, visto que ela é positiva em aproximadamente 15% a 20% dos tumores de mama. O Trastuzumabe, por sua vez, é um imunobiológico, da classe dos anticorpos monoclonais humanizados, anti-HER-2 capaz de melhorar o prognóstico e aumentar a sobrevida de mulheres com câncer de mama HER-2+. Em contrapartida, sua utilização em monoterapia ou associação com outros antineoplásicos provoca efeitos cardiotóxicos importantes. Objetivos: Realizar, por meio de revisão narrativa de literatura, uma análise quanto à utilização clínica do Trastuzumabe, seus benefícios e principais eventos cardiotóxicos relacionados. Metodologia: Busca ativa nas bases de dados MEDLINE, ScienceDirect e Scielo por artigos que descreviam a terapia com Trastuzumabe em mulheres com câncer de mama HER-2 positivo. Resultados e Discussão: Os efeitos cardiotóxicos, principais eventos adversos observados, foram verificados na forma de insuficiência cardíaca e diminuição da fração de ejeção do ventrículo esquerdo - FEVE, em 7% das pacientes em tratamento monoterápico com trastuzumabe, aumentando para 13% quando em terapia adjuvante com paclitaxel. Já em regimes com uso de antraciclinas anterior ou simultaneamente ao trastuzumabe, a cardiotoxicidade ocorreu em 27% das pacientes. Mesmo com os efeitos adversos adscritos, o uso do trastuzumabe traz inúmeros benefícios ao paciente que superam o efeito colateral indesejado. Pela ligação do anticorpo monoclonal ao receptor HER-2, inibe a proliferação celular tumoral, proporcionando diminuição do crescimento do tumor e consequente melhora no prognóstico clínico. Evidências apontam para um aumento significativo de sobrevida em pacientes que utilizam essa terapia, quando comparados àquelas que fazem uso somente de quimioterápicos. Por isso, o tratamento é considerado de primeira linha no Brasil em pacientes que são diagnosticadas com câncer de mama metastático HER-2 positivo. Conclusão: A neoplasia mamária é uma condição patológica que acomete uma quantidade considerável de pacientes, tendo o subtipo HER-2 positivo caráter metastático e mais invasivo. O trastuzumabe é uma terapia farmacológica indicada para pacientes que se enquadram nessa categoria, por ser o mais eficaz no tratamento, além de aumentar a porcentagem de sobrevida da paciente. No entanto, efeitos cardiotóxicos foram observados em uma quantidade considerável dessa população, a qual merece atenção e tratamento individualizado para avaliar o risco-benefício desse recurso terapêutico.

Publicado
25-03-2021