PERFIL DOS USUÁRIOS DO AMBULATÓRIO DE INFECTOLOGIA DE UMA CLÍNICA ESCOLA DO OESTE DE SANTA CATARINA

  • Rodrigo Ferla Unochapecó
  • Eduarda Mendes Lopes Unochapecó
  • Elias Matheus Baggio Valgoi Unochapecó
  • Bernardo da Veiga Dalben Unochapecó
  • Mayra Zancanaro
Palavras-chave: Atendimento Ambulatorial, Infectologia, Doenças Transmissíveis, Hepatite B, Tuberculose

Resumo

Introdução: As doenças transmissíveis podem ser causadas por inúmeros agentes infecciosos e representam um importante problema de saúde pública no Brasil pelo potencial de rápida disseminação e por atingirem principalmente as populações mais vulneráveis. Considerando a taxa de mortalidade decorrente, torna-se imprescindível discutir sobre o tema e elaborar intervenções, visto que uma importante parcela dessas doenças são imunopreveníveis. Diante disso, o ambulatório de infectologia, localizado na clínica escola de medicina da Unochapecó, mostra-se um grande aliado no combate, com ações de prevenção, tratamento e acompanhamento. Outros aspectos relevantes, é que torna possível conciliar o ensino e serviço de saúde, favorecendo a população de toda região, e traçar o perfil epidemiológico. Objetivos: Essa pesquisa, teve como propósito, identificar o perfil dos usuários do ambulatório de infectologia de uma clínica escola de medicina do município de Chapecó, SC. Metodologia: Estudo exploratório retrospectivo com dados coletados em prontuários dos usuários do ambulatório de infectologia, do período de março de 2020 a março de 2021. Esse período contempla desde a data de criação do ambulatório até o presente momento.  Resultados e Discussão: Foram analisados 15 prontuários, dos quais 60% eram mulheres e 40% eram homens, todos na faixa etária dos 30 aos 60 anos. Os resultados mostraram que 60% dos pacientes apresentavam hepatite crônica viral B, sem agente Delta; 15% apresentavam Tuberculose dos gânglios intratorácicos, com confirmação bacteriológica e histológica; 8,34% apresentavam outras hepatites crônicas virais; dois dos usuários possuíam processo infeccioso decorrente de abscesso mamário e diabetes mellitus não-insulino-dependente, sem complicações. Com isso, fica notório a prevalência dos casos de hepatite B, indo de encontro com as elevadas taxas de incidência do oeste do estado de Santa Catarina, com 62,2 casos/100 mil habitantes, no ano de 2017. Também é perceptível a incidência de casos de tuberculose, que, quando visualizada no estado, nota-se que a incidência no ano de 2017 foi de 26,7 diagnósticos/100 mil habitantes, que apesar de demonstrar-se menor que a taxa nacional, de 33,5 casos/100 mil habitantes, ainda assim caracteriza-se como elevada. O fator de explicação para o maior percentual de usuários serem do sexo feminino pode estar ligado ao estigma social, que ainda presente, principalmente em regiões interioranas, faz com que os homens procurem menos atendimentos de saúde. Conclusão: A caracterização do perfil dos usuários da clínica escola de infectologia possibilitou a detecção da prevalência da hepatite B, seguida de tuberculose, na região de Chapecó, além da possível resistencia do sexo masculino, na busca de assistência e cuidado a saúde. Destacamos que o número de prontuários avaliados é baixo devido ao cenário de pandemia, limitando à procura do serviço e compreendemos ser um fator limitador da pesquisa. A partir do conhecimento do perfil epidemiológico observa-se a necessidade de continuar com as atividades do ambulatório, bem como fortalecer ações de prevenção e educação em saúde. Ainda, nesse sentido, o estudo demonstra a importância do serviço aliado à universidade para melhorar a preparação dos futuros profissionais para lidarem com esse padrão epidemiológico brasileiro.

Publicado
25-03-2021