USO DE CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA PRESCRIÇÃO DE ANTIBIÓTICOS NAS INFECÇÕES DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES

  • Caroline Ribeiro de Arruda UNOESC
  • Laura Moschen
  • Gabrielle Bortolotto Vieira
  • Guilherme Kasperbauer
Palavras-chave: Infecções das Vias Aéreas Superiores, Antibioticoterapia, Diagnóstico

Resumo

Introdução: As Infecções de Vias Aéreas Superiores (IVAS) são um conjunto de afecções
com sintomatologia semelhante e elevada prevalência na prática clínica. Das principais IVAS
destacam-se o Resfriado Comum, Rinossinusites Agudas, Faringotonsilites Agudas e Otites
Médias Agudas. Diferenciar a etiologia e estabelecer o diagnóstico correto por meio de
critérios são indispensáveis para indicação adequada da antibioticoterapia, evitando
resistência bacteriana e paraefeitos dos fármacos. Objetivos: Descrever os critérios
diagnósticos indicativos para o uso de antimicrobianos nas IVAS. Metodologia: Pesquisa nas
bases de dados SCIELO e PubMed, na qual foram encontrados dez artigos e selecionados seis
(2016 - 2021), além de revisão bibliográfica. Utilizaram-se os descritores “Infecções das Vias
Aéreas Superiores”, “Diagnóstico” e “Antibioticoterapia”. Resultados e Discussão:
Aproximadamente 0,5 a 2% dos resfriados comuns progridem para Rinossinusite Bacteriana
Aguda (RSBA), (PILTCHER et. al, 2015). O tempo de duração dos sintomas é fator crucial
para determinar etiologia bacteriana, de modo que a RSA viral é autolimitada. Se os sintomas
perdurarem por mais de 10 dias ou se a partir do 5º dia (VARRICCHIO, et al., 2020) forem
acompanhados de 3 dos seguintes: secreção nasal ou pós nasal; dor intensa local; febre maior
que 38°C; VHS ou PCR elevada considera-se RSBA (SANTOS; MACEDO, 2021). As
Faringotonsilites agudas apresentam etiologia viral em mais de 70% dos casos (PILTCHER
et. al, 2018). Quando bacterianas, o agente causador mais comum é o Streptococcus betahemolítico do grupo A (WINTER; OLIVEIRA, 2018). O diagnóstico clínico é
complementado através de análises do score de Centor, sendo necessários no mínimo 4 pontos
para que a probabilidade de infecção bacteriana seja de 50-60%. Cada critério positivo pontua
1 ponto: febre >38°, ausência de tosse, adenopatia cervical anterior dolorosa e exsudato ou
edema amigdaliano. O score também relaciona a idade do paciente, sendo pontuado 1 ponto
caso possua de 3 a 14 anos, 0 pontos de 15-44 anos e -1 ponto caso tenha mais de 44 anos
(PILTCHER et. al, 2018). A Otite Média Aguda é diagnosticada por meio da visualização do
abaulamento da membrana timpânica ou otorréia de início recente. Mesmo sendo de etiologia
bacteriana, a indicação do uso de antimicrobianos ocorre em situações específicas como
sintomas graves, idade inferior a 2 anos, quadro bilateral e presença de otorréia (PILTCHER
et. al, 2015). As dificuldades observadas na prática clínica em relação ao diagnóstico
diferencial das IVAS representam uma realidade. De maneira geral, todos os quadros
respiratórios agudos devem ter como diagnóstico diferencial a COVID-19 no atual panorama
de pandemia (RAMOS et. al, 2020). Conclusão: Acredita-se que o refinamento dos critérios
diagnósticos para a indicação de antimicrobianos proporcionará a prescrição racional da
antibioticoterapia e maior sucesso terapêutico. É ainda imprescindível salientar a chance de
diagnósticos diferenciais, sobretudo o vírus Sars-Cov-2 pela similaridade de sintomas e palco
do novo cenário pandêmico mundial.

Publicado
25-03-2021