O USO MEDICINAL DO ZINGIBER OFFICINALE: uma revisão de literatura

  • Felipe Comin UFFS
  • Izadora Czarnobai
  • Julia Canci
  • Tália Cássia Boff
  • Thaís Nascimento Helou
Palavras-chave: Fitoterapia. Plantas Medicinais. Anti-inflamatório. Gengibre.

Resumo

Introdução: O uso terapêutico das plantas medicinais provém da antiguidade de diversas civilizações do mundo, com o conhecimento difundido entre gerações e permanecendo sua utilidade até hoje. Em 2006, o Ministério da Saúde aprovou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, no intuito de inserir plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à Fitoterapia no SUS, com segurança, eficácia e qualidade, além de visar o desenvolvimento da agricultura familiar, fomentar pesquisas e inovações, prover formação técnico-científica, bem como enfatizar a sustentabilidade. Atualmente, uma das plantas medicinais mais difundidas é o gengibre, nome científico Zingiber officinale, o qual é destaque popular como anti-inflamatório. Objetivos: O presente estudo objetivou explorar o uso medicinal do gengibre. Metodologia: Para essa revisão usou-se a base de dados PubMed no período dos últimos cinco anos (2016-2020), tendo como descritor o termo “the medicinal use of Zingiber officinale”. Após adequação temática foram analisados vinte e dois artigos em inglês e com estudo em humanos. Resultados e Discussão: Como resultados, um estudo demonstrou a ação vascular do gengibre no microambiente tumoral, com redução do estresse e normalização de vasos tumorais, inibindo assim a progressão de tumores. Outro estudo avaliou a atividade do gengibre contra linhas celulares do câncer de mama, no qual houve bloqueio do ciclo celular na fase S e regulação da expressão das proteínas p53, p21 e p16. Ainda, detectou-se que o gengibre inibe a enzima aromatase, presente nos locais em que há neoplasias de mama relacionadas ao aumento da conversão local de estrogênio. Outros estudos exploraram o potencial antitumoral do gengibre no câncer de colo uterino, o qual inibiu a proliferação tumoral e induziu a apoptose, além de limitar o potencial invasor da neoplasia e não causar toxicidade importante. Além disso, um estudo com gestantes revelou seu uso em resfriados, cefaléia e dor generalizada. Estudou-se, também, o efeito termogênico do gengibre através de banhos de pés com água morna versus com gengibre. Como resultado, o segundo aumentou a percepção de calor com efeito mantido até dez minutos após o banho e explicado pelo mecanismo de mudança da atividade autonômica (função simpática diminuída e parassimpática aumentada), além da vasodilatação cutânea e subsequente aumento da circulação percebida pela sensação térmica geral. Vale ressaltar o efeito do gengibre como redutor dos níveis séricos de glicose, triglicerídeos e colesterol, sendo que a diminuição da glicose está relacionada à elevação na atividade de enzimas glicolíticas e melhora da degradação metabólica da glicose. Ainda, avaliou-se a atividade antibacteriana do gengibre inibindo o crescimento da Escherichia coli, Klebsiella pneumonia e Staphylococcus aureus. Conclusão: Portanto,  são evidentes as propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, analgésicas, antimicrobianas, hipoglicemiante, anti-helmínticas, anticancerígenas, antieméticas e hepatoprotetoras descritas pelos estudos podem ser benéficas para a saúde das pessoas. No entanto, são necessários mais estudos sobre a eficácia das propriedades do gengibre, para que. Desse modo, seu uso seja amplamente deve ser estimulado, não se esquecendo de orientar a comunidade sobre as doses ideais e as possíveis interações medicamentosas.

Publicado
25-03-2021