IMBRÓGLIOS DA VIDA ACADÊMICA NA UFFS, CAMPUS CHAPECÓ

a visão dos estudantes de medicina no âmbito da própria saúde

  • Cláudia Fernanda Garcez Fernandes UFFS
  • Ana Luísa Rasch dos Santos
  • Dyelle Hingrid Gonçalves Gontijo
  • Gustavo Henrique Ridão Curty
  • Maria Luíza Mukai Franciosi
  • Graciela Soares Fonsêca
Palavras-chave: Discentes de medicina, Faculdades de Medicina, Saúde do Estudante, Qualidade de vida

Resumo

Introdução: Na conjuntura contemporânea dos discentes, a qualidade de vida está relacionada com o que lhes é ofertado pela universidade. Em outras palavras, o ambiente universitário apresenta ligação direta com a saúde em todas as suas esferas da comunidade acadêmica: biopsicossocial. Objetivos: Descrever as impressões dos estudantes de medicina perante as exigências da vida acadêmica e a estrutura da universidade no âmbito da própria saúde. Metodologia: Estudo qualitativo, desenvolvido na UFFS, campus Chapecó, com a participação de 38 estudantes de medicina. Os dados foram coletados por meio de grupos focais, com a condução de um roteiro orientador. Na sequência, foram transcritos, categorizados e analisados pela análise de conteúdo temática. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFFS, conforme o parecer 3.291.611 emitido no dia 29 de abril de 2019. Resultados e Discussão: Os dados revelaram que, na percepção dos estudantes, a UFFS não disponibiliza um apoio psicológico adequado e proporcional às demandas da comunidade acadêmica. A alta carga-horária do curso exige que os estudantes permaneçam por longos períodos no campus mas, a estrutura física oportuniza poucos espaços para descanso e lazer, o que contribui para a qualidade de vida considerada aquém do ideal pelos estudantes que participaram do estudo. Por esse mesmo motivo, os estudantes consideraram o tempo de descanso extraclasse insuficiente. Outro “imbróglio” apontado foi o sistema de transporte público da cidade, em virtude da pequena oferta de horário de ônibus entre o campus e o centro da cidade, ou vice/versa. Os acadêmicos consideram, ainda, os Domínios Comuns e Conexos como intensificadores dos problemas. Sentimentos de ansiedade, por pressões externas e internas, e insegurança com relação ao formato do curso estiveram presentes nas falas o que, aliado ao sentimento de impotência em relação às modificações desejadas no curso e no campus, contribui para aumentar a percepção de adoecimento entre os estudantes. Conclusão: Evidenciou-se nas falas dos acadêmicos a discrepância entre a alta carga-horária demandada pelo curso e a baixa qualidade de vida dos estudantes, influenciada pela interação de fatores pedagógicos, estruturais e psicológicos. Sensações de desencantamento e insegurança são visíveis, principalmente, dentre acadêmicos das fases iniciais, superadas na medida em que estes se apropriam da vida universitária e se asseguram de que serão bons médicos. Ainda assim, as falas convergem para necessidade de modificações que viabilizem mais tempo para o lazer e o descanso, a fim de zelar pela saúde mental e física dos acadêmicos. Os resultados serão compartilhados com a gestão da universidade sugerindo mudanças e melhorias nos aspectos negativos apontados pelos estudantes.

Publicado
25-03-2021