AVALIAÇÃO DO RISCO DE DESENVOLVIMENTO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS

Palavras-chave: Doença renal crônica, Transplante renal, Doenças cardiovasculares

Resumo

Introdução: A doença renal crônica pertence às doenças crônicas não transmissíveis. É compreendida como uma síndrome clínica caracterizada pela redução significativa, lenta, gradual e progressiva das funções renais excretoras, endócrinas e metabólicas. Quando a taxa de filtração glomerular se torna inferior a 15 mL min.-1 1,73 m-2 ocorre a doença renal terminal, sendo uma forma de tratamento, o transplante renal. A doença cardiovascular é responsável por grande parte da mortalidade e da comorbidade presentes em pacientes transplantados renais. O Escore de Risco de Framingham é utilizado para estimar o risco de eventos cardiovasculares. Esse Escore estratifica o risco de morte por doença coronariana, infarto não fatal, angina, acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico fatal ou não fatal, ataque isquêmico transitório, claudicação intermitente e insuficiência cardíaca em dez anos. As variáveis utilizadas são: sexo, idade, tabagismo, diabetes, pressão arterial, colesterol total e colesterol HDL. Objetivos: Avaliar o risco cardiovascular a partir da aplicação do Escore de Risco de Framingham em pacientes com idades de transplante renal distintas, a saber: menos de um ano, entre um e cinco anos e mais de cinco anos. Metodologia: O estudo realizado foi de caráter observacional, descritivo e analítico com abordagem quantitativa. Foi conduzido em uma clínica do Oeste de Santa Catarina, referência para o tratamento renal, avaliando pacientes com transplante renal, de ambos os sexos, que realizavam acompanhamento na Clínica. Pacientes com mais de 75 anos, bem como pacientes que vieram a óbito, que perderam o enxerto ou desistiram do acompanhamento, não foram avaliados. A coleta de dados foi realizada por meio de informações obtidas através de prontuários e de entrevista individual. As análises foram realizadas com auxílio do programa estatístico GraphPad Prism 6.0, onde os resultados foram apresentados pela média ± desvio padrão sendo considerado estatisticamente significantes os resultados em que p<0,005. Resultados e Discussão: O Escore de Risco de Framingham foi aplicado à 65 pacientes transplantados renais, dos quais 22 haviam feito o transplante renal a menos de um ano; 21, entre um e cinco anos; e 22 pacientes, a mais de cinco anos. Os 22 pacientes que haviam feito o transplante renal a menos de um ano apresentaram baixo risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares de acordo com o Escore de Risco de Framingham. Já entre os pacientes transplantados entre o período de um a cinco anos, quatro apresentaram risco baixo, 13, risco intermediário e quatro pacientes, risco alto. Por fim, dos 22 pacientes que realizaram o transplante a mais de cinco anos, três apresentaram risco intermediário e 19, risco alto no que tange ao desenvolvimento de eventos cardiovasculares. Conclusão: A partir dos resultado obtidos, pode-se concluir que pacientes com mais de cinco anos transcorridos do transplante renal são mais susceptíveis ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares na próxima década de vida. Desse modo, as variáveis do Escore de Risco de Framingham apresentaram associação ao comprometimento cardiovascular.

Publicado
01-11-2019