TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA E RISCO INFECCIOSO

identificação dos agentes etiológicos

  • Marcos Vinicius Perez Lovatto Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Tamíres Hillesheim Mittelmann UFFS https://orcid.org/0000-0002-8576-0070
  • Édina Starck UFFS
  • Lucas Rosa Nakalski UFFS
  • Débora Tavares de Resende e Silva UFFS

Abstract

Introdução: A prevalência de complicações infecciosas após transplante renal acarreta, de forma significativa, em morbidade e mortalidade. Estima-se que 80% de todos os receptores de transplante renal apresentam alguma infecção durante o primeiro ano de acompanhamento pós-cirúrgico. O uso de imunossupressores é considerado fator de susceptibilidade ao acometimento de infecções, nos pacientes após o transplante. Além disso, outras condições como higiênico-sanitária e socioeconômica apresentam influencia de maneira menos uniforme. Objetivos: Caracterizar os indivíduos que realizam terapia renal substitutiva e identificar os principais microorganismos causadores de infecções no primeiro ano pós-transplante. Metodologia: Estudo observacional descritivo realizado com 84 pacientes transplantados renais em uma clínica renal no município de Chapecó-SC, através de dados secundários (análise de prontuário) do primeiro ano pós-transplante. Utilizou-se como critério de inclusão os pacientes que realizaram transplante renal entre janeiro de 2013 e dezembro de 2017 e que fazem acompanhamento de rotina na clínica, de ambos os sexos e maiores de 18 anos. Foram excluídos os pacientes submetidos a re-transplante renal, os que vieram à óbito e os que desistiram da pesquisa. Resultados e Discussão: A idade média dos indivíduos foi de 47.5 anos, sendo em sua maioria do sexo masculino (66,6%; n=56) e com enxertos do tipo cadáver (76,1%; n=65). A maior parte dos pacientes tiveram algum tipo de infecção no primeiro ano pós transplante (60,7%; n=51). O agente etiológico mais encontrado em relação ao número de pacientes foi Escherichia coli (14,3%; n=9), seguido de Citomegalovírus (9,5%; n=6). Na terceira posição encontram-se Enterobacter sp. e Staphylococcus sp. com igual porcentagem (4,8%; n=3). Outros agentes etiológicos são responsáveis por 22,2% (n=14). Por fim, em 44,4% (n=28) das vezes o agente etiológico não foi especificado. Conclusão: Os dados encontrados na população em estudo são semelhantes aos descritos na literatura, apesar de a não especificação do agente etiológico ser um desafio clínico. Afinal,  a terapia antimicrobiana em pacientes transplantados deve ser analisada por conta da toxicidade e da ocorrência de interações com outros medicamentos em uso. Além disso, o diagnóstico precoce e específico previne procedimentos invasivos e tratamentos desnecessários.

Published
01-11-2019