COVID-19 E O CUIDADO AO PACIENTE INFANTOJUVENIL COM DIAGNÓSTICO DE DOENÇA ONCOLÓGICA
Resumo
Introdução: A pandemia da COVID-19 ocasionou impactos em todos os cenários da vida da população, além da necessidade de uma rápida reorganização dos serviços de saúde. A Sociedade Brasileira de Pediatria destaca que o câncer na criança e no adolescente é raro, mas representa a principal causa de óbito nesta faixa etária. Estudos indicam que os números têm crescido nos últimos anos. Para 2020/2022 estima-se a ocorrência de 625 mil casos novos de câncer, sendo esperados para cada ano do triênio, 8.460 novos casos no público infantojuvenil. O objetivo do estudo foi identificar o impacto da pandemia da COVID-19 no cuidado e atenção ao paciente infantojuvenil com diagnóstico de doença oncológica. Método: Revisão de escopo com base no referencial metodológico do Joanna Briggs Institute (JBI), nas bases de dados BVS, CINAHL, SCOPUS, LILACS e PUBMED desenvolvido no mês de agosto de 2022. Para seleção dos estudos foi usado o software Rayyan, recomendações do Prisma e análise dos estudos utilizou-se o método de Análise de Conteúdo. Resultados: A pandemia impactou nos atendimentos, neste cotidiano das crianças, adolescentes e suas famílias e nas instituições especializadas de saúde. As instituições hospitalares, ao priorizar o atendimento para pacientes com COVID-19, em conjunto aos bloqueios de fronteiras e a restrição dos transportes públicos, favoreceram o atraso no diagnóstico de câncer infantil. Além do diagnóstico tardio, atrasos nos tratamentos agendados, como quimioterapia, cirurgias e radioterapia. No cotidiano das crianças/adolescentes e suas famílias, os pacientes pediátricos sofreram impactos psicológicos por mudanças nos cuidados médicos que ocorreram durante o bloqueio da pandemia de COVID-19. Em relação aos impactos para as instituições de saúde, houve uma redução dos serviços especializados, devido à redução no quadro profissional tendo em vista que muitos profissionais foram remanejados ao atendimento de pacientes acometidos pela COVID-19, redução das cirurgias, bem como impactos financeiros, que ocasionaram consequências diretas na assistência de crianças e adolescentes com câncer. Considerações Finais: A realização deste estudo possibilitou compreender os efeitos que a pandemia da COVID-19 ocasionou nos pacientes infanto juvenis com doença oncológica e mostrou que o atraso no tratamento, as modificações ocorridas, o apoio familiar prejudicado, a reorganização das instituições e a falta de cuidados especializados pela demanda profissional gerada pela COVID-19 foram fatores de extrema importância que corroboram com o desfecho dos pacientes oncológicos.