PRÁTICAS COMPLEMENTARES DE CUIDADO DURANTE O USO CONTÍNUO DE ANSIOLÍTICOS E ANTIDEPRESSIVOS

  • Camila Ferreira Santos Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Beatriz Isabela Whately Santos
  • Renata Rocha Cardozo
  • Eleine Maestri
Palavras-chave: enfermagem;, plano de cuidados;, ansiolíticos;, antidepressivos.

Resumo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a depressão afeta mais de 300 milhões de pessoas no mundo. Os ansiolíticos e antidepressivos operam diretamente  no sistema nervoso central, atuam ordenando os mecanismos de neurotransmissores que regulam o humor, tais medicamentos possuem grandes efeitos colaterais ao paciente como irritabilidade, alteração no sono, cefaleia, problemas gastrointestinais, podem causar dependência e acarretar a uma tolerância, ou seja, com o passar do tempo é preciso aumentar a dose para se ter o mesmo efeito que sentia anteriormente, a longo prazo os seus efeitos trazem muito mais malefícios do que benefícios. A dependência de ansiolíticos e antidepressivos é um problema crescente na área da saúde mental e uma preocupação para os profissionais de enfermagem. Considerando os efeitos adversos causados por tais medicamentos é possível identificar que outras práticas não farmacológicas podem trazer benefícios para o paciente, não somente para o quadro de ansiedade e depressão em si mas também em outras áreas, melhorando de forma significativa a qualidade de vida. Atualmente as unidades de saúde possuem um fluxo de renovação de receitas para a dispensação destes medicamentos sem necessariamente uma avaliação mensal dos usuários. Diante disto surgiu como objetivo desenvolver um plano de cuidados para a inclusão de práticas alternativas aos usuários de ansiolíticos e antidepressivos durante o tratamento. Trata-se de uma atividade de ensino proposta no CCR de Aprendizagem vivencial onde foi construído um plano de cuidados a partir de revisão de literatura sobre as práticas alternativas de cuidado a serem utilizadas como coadjuvantes no acompanhamento  de usuários ansiolíticos e antidepressivos. Para a construção do plano de cuidado, foi desenvolvido um fluxograma de acompanhamento do cuidado prestado, resposta do usuário e possíveis intercorrências durante o processo. A avaliação do caso seria realizada por equipe multiprofissional, durante um round para decidir a melhor estratégia baseada na realidade do usuário, ao retornar para renovação da receita seria feita uma reavaliação visando os resultados do plano de cuidado implantado no cotidiano do mesmo. Dentro disso, evidencia-se que caso o usuário tenha uma boa adesão ao plano de cuidado e às práticas alternativas propostas, o efeito dominó resultará em uma diminuição ou desmame completo de ansiolíticos e antidepressivos. Foi analisada a hipótese de não aderência ao plano de cuidado e priorizada a autonomia do paciente na decisão de continuidade do plano. Conclui-se que a implementação deste plano de cuidados pode contribuir para a redução de sinais e sintomas, diminuição das doses e tempo de tratamento com o uso de ansiolíticos e antidepressivos, bem como incluir nos hábitos práticas complementares que melhorem a qualidade de vida.

Publicado
27-06-2023