PERSPECTIVA DE PAIS NA RELAÇÃO ENTRE MÍDIAS SOCIAIS E O PROCESSO DE VACINAÇÃO
Palavras-chave:
Vacinas; Movimentos contra Vacinação; Mídias Sociais; Saúde da Criança; Família.Resumo
RESUMO EXPANDIDO
Introdução: A vacinação é uma forma de imunização que confere proteção as pessoas imunizadas sem que elas contraiam a forma mais severa da doença, tornando o organismo capaz de defender-se, caso seja exposição ao patógeno ao qual fora vacinado. A vacinação foi a forma mais avançada de proteção contra doenças imunopreveníveis, ela surgiu em 1789 após o médico Edward Jenner realizar descobertas e experimentos inovadores, ideia nascida a partir da observação de mulheres que ordenhavam vacas, elas apresentavam lesões em suas mãos porém não apresentavam a doença da varíola. Com estas observações o médico decidiu realizar alguns experimentos, aplicou então em um garoto a linfa das lesões de uma mulher ordenhadora de vacas, percebendo que os resultados alcançados foram positivos deu-se início ao processo de imunização humana, e fora atribuído a este processo o nome de vacina que vem do latim vaccinus ou seja vacas1. No Brasil, através da Lei nº 6.259/1975 foi criado o Programa Nacional de Imunizações (PNI), e o primeiro calendário vacinal foi instituído dois anos depois, por meio da Portaria nº 452/1977, sendo que este programa se destaca comparado com o de países desenvolvidos, pois é garantido através dele o acesso à vacina a toda a população. Por meio deste Programa e várias portarias conseguintes foi possível diminuir consideravelmente ou erradicar os números de casos de doenças imunopreveníveis, como é o caso da poliomielite e a rubéola. Dessa forma este programa corrobora para a promoção da saúde da sociedade, sendo de valia para as políticas de saúde pública2 .Apesar de seus grandes benefícios a vacinação ou inoculação do vírus, como era chamada inicialmente, pode se observar alguns movimentos que são contrárias à este processo, como era o caso da igreja que não via com bons olhos este processo por ser algo antinatural3. Além da contrariedade da igreja a obrigatoriedade da mesma a crianças e pobres foi outro ponto de suma relevância ao início dos movimentos anti-vacinação organizados em 1867, um dos argumentos principais era a liberdade individual sendo retirada e o medo da tirania médica sendo imposta. Devido este fato houve uma modificação na lei até então vigente, dando liberdade aos pais de escolha sobre a vacinação e responsabilidade sobre a não vacinação3. Porém no fim da década de 70 o movimento ganhou força e vem permeando a sociedade atual, os motivos para este movimento avançar ainda geram muitas discussões e promovem pesquisas acerca de suas características3. Uma ferramenta muito utilizada na atualidade e que traz diversos avanços e facilidades a sociedade pós-moderna é a tecnologia, pois através desta a comunicação é melhorada assim como os meios de estudo e pesquisa4. Objetivo: O presente trabalho busca discutir as influências das mídias sociais sobre os pais de crianças menores de um ano acerca da vacinação. Metodologia: Estudo descritivo reflexivo utilizando se do referencial teórico a Sociologia Compreensiva e do Quotidiano de Michel Maffesoli, através de buscas em publicações científicas e manuais ministeriais. A partir dos quais busca se discutir principalmente as perspectivas dos pais quanto a opção pela vacinação ou não de seus filhos, prioritariamente até os doze meses de vida e a influência que as mídias exercem sobre os mesmos. Resultados e Discussão: A vacinação permeia questões como autonomia e saúde pública, pois o ato de um indivíduo ser vacinado promove a chamada proteção coletiva, ou seja, quando um indivíduo se vacina, a sua comunidade se beneficia desta proteção. Dessa forma a cobertura vacinal de uma determinada área diz o quanto ela está protegida e caso a cobertura vacinal seja alta, diminuirá as chances de doenças imunopreveníveis acometer a população2. A não vacinação ou hesitação vacinal está diretamente ligada aos números da cobertura vacinal, sendo essa atitude determinada por diversos fatores determinantes como questões culturais, acessibilidade e a falta de conhecimento frente a necessidade da vacinação, ou seja, o não reconhecimento dos benefícios da vacina como ação preventiva2. Um ponto de forte de discussão acerca das influências nas tomadas de decisões pela população é a inserção constante das mídias sociais, ou os diversos meios digitais de socialização. Este processo pode ser compreendido por meio do estudo da tecnossocilidade, que é entendida como a socialização através das tecnologias, favorecendo assim a aproximação dos indivíduos com as informações, podendo ser utilizada como potencializadora do conhecimento4. Dentro de suas potencialidades está a facilidade de acesso às mais diversas informações existentes além de ser um ambiente de muitas trocas de conhecimentos, gerando assim uma aproximação entre os indivíduos, podendo ser utilizada como promotora de saúde4. Dentre as limitações ou dificuldades encontradas na utilização das mídias pode-se destacar o compartilhamento de notícias falsas ou fake news, este fator é apontado como um dos principais motivos para a queda do alcance das ações de imunizações em até 70%5. Considerações finais: A partir do supracitado, podemos perceber alguns dos principais pontos que se destacam nas discussões acerca das influências midiáticas, e no que estas influenciam sobre a decisão dos pais em vacinar ou não seus filhos menores de um ano. A sociedade atual é permeada pela influência das mídias sociais, estas influenciam a população de diversas formas, podendo ser um meio disseminador de conhecimentos científicos, de atualizações e de empoderamento o qual é criado a partir da obtenção de conhecimento relevante. Entretanto, este meio também pode ser visto como disseminador de notícias inverídicas as fake news. Estas falsas informações incentivam pessoas suscetíveis a crer no que lhes convém, podendo impactar no número de pessoas não vacinadas. Sabe-se que a não vacinação, além de prejudicar a cobertura vacinal nacional, torna a população suscetível ao reaparecimento de doenças erradicadas ou controladas, promovendo surtos dessas doenças e possíveis consequências como sequelas ou até mesmo a morte. Nesse cenário, o profissional de saúde, em especial o enfermeiro, tem o papel de criar mecanismos que possibilitem os usuários de saúde à discernir entre a informação que trará benefícios à saúde dos sujeitos e as que possam acarretar prejuízos.
