UTILIZAÇÃO DE PROTOCOLOS EM TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS PARA BOAS PRÁTICAS DO CUIDADO DE ENFERMAGEM
Palabras clave:
Protocolos de Enfermagem; Hospitalização; Ludoterapia; Pediatria; Enfermagem Baseada em Evidência.Resumen
Introdução: A partir da díspar visão acerca dos processos que envolvem os cuidados de saúde, em meados de 1990, obteve-se a implementação da terminologia ‘boas práticas’, a partir disso, pôde-se considerar que tal mudança se desenvolveu especialmente após a evolução na compreensão a respeito da importância da evidência científica, dos crescentes avanços tecnológicos, do aumento da difusão e da qualidade da informação, tudo isso, em concomitância às progressivas inquietações relacionadas ao método de financiamento da saúde e segurança do paciente. Salienta-se que tal mudança, pode ser evidenciada a partir da crescente discussão relacionada à assistência em Enfermagem, incluindo assim, a importância da implementação das Boas práticas em Saúde.¹ Dessa forma, o Ministério da Saúde tipifica que tais práticas sejam compreendidas como componentes da Garantia da Qualidade, atestando a necessidade da existência e implementação da oferta de serviços de saúde que atendam os padrões adequados, buscando de antemão, reduzir riscos intrínsecos à prestação de serviços de saúde. Assim, a partir do exposto, as Boas Práticas em Saúde se fazem ainda necessárias se tratando de assistência em saúde no contexto da pediatria, pois, o processo de hospitalização, se intensifica expressivamente quando trata-se de um acometimento na infância, isso justifica-se principalmente, à alteração da rotina da criança e da família, podendo desencadear modificações no desenvolvimento infantil, ocasionando consequências que possam permanecer durante toda sua existência.² Em contrapartida, cabe ao profissional Enfermeiro lançar-se de estratégias que minimizem esse processo, sendo uma delas, a inserção de terapias lúdicas em ambiente hospitalar, amenizando o trauma envolvido na hospitalização. Como terapia lúdica, exemplifica-se a Terapia Assistida por Animais (TAA), metodologia capaz de permitir a promoção da saúde e bem-estar em crianças hospitalizadas, beneficiando o ambiente por reduzir agentes tensionais, exercendo o papel de catalisador nas relações interpessoais, promovendo distração e prazer.³ Em virtude disso, compreende-se a necessidade de implementar estratégias a fim de assegurar a proposta de Boas Práticas em Saúde, tornando o processo de hospitalização na área de pediatria seguro e sustentado em evidências científicas, especialmente, na condução da TAA. Logo, a adoção dessas medidas permite que haja o fornecimento de recursos humanos necessários e qualificados, como também o fornecimento de recursos de ordem material.⁴ Objetivo: Identificar, a partir da literatura científica, a utilização de protocolos para a realização da TAA, em crianças que vivenciam o processo de hospitalização. Metodologia: Revisão Narrativa de Literatura, fundamentada pela inquietação sobre a aplicação de protocolos institucionais para a realização da TAA no ambiente hospitalar em pediatria. Para a presente pesquisa, foram utilizadas as seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), SciVerse Scopus, e Web of Science. Como parâmetros de inclusão foram aceitos artigos de pesquisa que abordassem a temática, que estivessem disponíveis integralmente de forma online e gratuita, e nos idiomas português, inglês ou espanhol. Como parâmetros de exclusão foram desconsiderados artigos que não possuíssem resumos, quaisquer outros arquivos que não fossem no formato de artigo científico oriundos de pesquisa de campo. A coleta de dados foi compreendida entre julho e agosto de 2020. Esta, se deu a partir das seguintes palavras-chave: animal assisted therapy, hospital, children, utilizando o operador booleano and. A não utilização de Descritores em Ciências da Saúde ocorreu pelas lacunas encontradas quanto a busca nas bases de dados. Após foi realizada a leitura, primeiramente, dos títulos, e, posteriormente, dos resumos. Assim, após aplicar os critérios de inclusão e exclusão, realizou-se a análise dos artigos inteiramente, estes constituíram o corpus da pesquisa. Para a melhor organização dos achados, foi desenvolvido uma planilha eletrônica. Se tratando de uma pesquisa narrativa, cabe salientar que os conceitos, princípios e ideais, foram descritas autenticamente ao longo do trabalho. Resultados e Discussão: Foram encontrados 215 estudos, desses, após a inserção dos critérios de inclusão e exclusão, 10 artigos foram selecionados para análise na íntegra. Após a leitura contatou-se que apenas sete abordavam a utilização de protocolos, estabelecidos por instituições especialistas em interação humano-animal, ou seja, utilização da TAA, pelo órgão responsável pelo controle de infecção hospitalar, ou ainda, pelos próprios interventores. Contudo, apesar da utilização de tais protocolos, a presença destes ficaram explícitos de forma tímida, tendo como ênfase o uso destas ferramentas para a padronização dos cuidados relacionados ao controle de infecção, e, relacionados ao método de avaliação referentes às intervenções, não conferindo destaque à realização metodológica da prática em si. Assim, fica evidente a primeira fragilidade percebida pelos autores: a omissão quanto ao detalhamento acerca das atividades realizadas. Em contrapartida, um artigo relatou de forma clara e detalhada acerca da metodologia processual da TAA, sendo que este, foi o estudo que usufruiu de protocolos para embasar suas ações. Em relação ao método da TAA implementado, percebeu-se a incipiência uma vez que, dos artigos que explanaram acerca do uso de protocolos, dois apresentaram essa abordagem metodológica. Ademais, identificou-se uma maior frequência da Atividade Assistida por Animais (AAA), a qual possui objetivos de recreação e entretenimento, e é permeada pela espontaneidade.3 Embora todas as Intervenções Assistidas por Animais (IAA) promovam benefícios, constatou-se equívocos quanto a aplicabilidade da TAA, especialmente, no que tange aos conceitos. Haja vista que a TAA, distintamente das AAA, concerne um processo estruturado, com a mediação de um profissional da saúde,3 entende-se que se constitui como uma terapia adjuvante ao tratamento medicamentoso com potencial para integrar os cuidados à saúde, especialmente, das crianças hospitalizadas, com o fito de promover a qualidade de vida das mesmas. Isto posto, fica evidente a importância da utilização de protocolos de saúde para a execução da TAA, uma vez que a implementação desses instrumentos na abordagem em pediatria se mostra assertiva, ao modo que torna os processos ricos em aprendizagem organizacional, prescrevendo racionalmente os melhores recursos a serem utilizados, de forma metodológica e processual, aumentando a probabilidade dos resultados assistenciais.⁵ Resultante à isso, em um dos artigos cujo a sistematização da atividade foi melhor posta, pode-se comprovar a diminuição dos fatores de ansiedade e estresse, isso, devido à capacidade de minimização de sentimentos negativos que o ambiente terapêutico propõe.³ Embora não haja a sistematização e padronização do processo de desenvolvimento da interação com os animais, há a inquietação quanto às incumbências éticas e metodológicas necessárias, visto que, nas referências que os abordaram, foi identificado uma similaridade desses requisitos. Esses, podem ser classificados acerca dos animais, pacientes, familiares, equipe de saúde da instituição hospitalar e equipe promotora da atividade. Entre os as situações postas, destaca-se a condição de saúde do animal e do assistido, além da higiene de mãos após o contato com o animal, por todos os contemplados pelas intervenções. Assim, priorizando a saúde humana e animal, a fim de evitar a transmissão de zoonoses entre ambos. Considerações finais: Uma vez que está fundamentada pelas práticas científicas, a TAA torna-se assertiva a partir da implementação das boas práticas de enfermagem para além de seu cerne conceitual, relacionando-a à atuação profissional baseada em evidências. Sendo assim, compreende-se que a sistematização da inserção de animais nos processos terapêuticos, por meio de protocolos, facilita o seu desenvolvimento, além de possibilitar que a beneficência da interação humano-animal seja atingida em sua totalidade, prestando assim, uma assistência em saúde de qualidade que atinja bons resultados.
