UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL POR TRABALHADORES RURAIS EXPOSTOS A AGROQUÍMICOS

Autores

  • Micheli Martendal Santos Universidade do Estado de Mato Grosso - Campus Universitário de Tangará da Serra
  • Vinicius Alves Ferreira Universidade do Estado de Mato Grosso - Campus Universitário de Tangará da Serra
  • Ana Beatriz Vieira Ferreira Universidade do Estado de Mato Grosso - Campus Universitário de Tangará da Serra
  • Laura Antônia de Arruda Medeiros Chieron Universidade do Estado de Mato Grosso - Campus Universitário de Tangará da Serra
  • Denize Jussara Rupolo Dall Agnol Universidade do Estado de Mato Grosso - Campus Universitário de Tangará da Serra

Palavras-chave:

Equipamento de Proteção Individual, Agrotóxico, Intoxicação.

Resumo

Introdução: O manuseio de agroquímicos pode levar a intoxicações exógenas, que se manifestam com sintomas como tontura, náusea e cefaleia.1 Em busca de minimizar os efeitos desses químicos, a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é uma ferramenta indispensável para o trabalhador rural, apesar de tal,  ainda que muitos saibam a importância do uso dos apetrechos, quando os usam, fazem de maneira parcial, prejudicando a funcionalidade da ação.2; 3  Objetivo: Avaliar a utilização de EPIs por trabalhadores rurais.  Metodologia: Estudo descritivo exploratório com abordagem quantitativa, realizado com um grupo de 22 trabalhadores rurais de dois distritos da cidade de Tangará da Serra/MT, durante os meses de janeiro e fevereiro de 2020. Utilizou-se formulário estruturado construído pelos pesquisadores, composto por questões sobre os dados sociodemográficos, contato e manipulação de agrotóxicos. Trata-se de um subprojeto de uma pesquisa matricial intitulada “Condições de vida e saúde da população e práticas de cuidado no médio norte Matogrossense”, o projeto matricial foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade do Estado de Mato Grosso, com parecer consubstanciado sob nº. 2.964.893, CAAE 97679118.5.0000.5166, de 16 de outubro de 2018. Resultados e Discussão: Dentre os 22 trabalhadores entrevistados, 19 fazem a manipulação de agroquímicos com tempo de exposição de 0 a 10 anos relatado por metade dos questionados (50,00%), o restante tendo mais de 10 anos de exposição a esses agentes.  Destes, a maioria (55,00%) relatou fazer o uso de EPI’s sendo grande parte (63,64%) os que usam apenas luvas, botas e máscara, reiterando os estudos encontrados. Durante o manejo dos defensivos agrícolas, os dados evidenciam que 61,11% dos entrevistados relataram o contato do agroquímicos com a pele e 77,78% sentem o cheiro do produto durante o manuseio. Quando questionados sobre as medidas de proteção adotadas, a maioria (94,44%) relatou fazer a lavagem das mãos após a manipulação dos químicos e tomar banho logo após realizar a aplicação (77,78%). Levando-se em conta o perfil sociodemográfico do grupo entrevistado, a maioria são do sexo masculino (81,82%) e maior parte (40,91%) ocupam a faixa etária de 60 a 69 anos de idade e a maioria possui somente o ensino fundamental incompleto (72,73%). A baixa escolaridade da maioria dos participantes poderia ser um fator de dificuldade para compreensão dos termos técnicos e leitura da bula prejudicando o entendimento quanto ao perigo que se expõem e assim minimizando a vontade de utilizar os equipamentos por serem considerados desnecessários, além disso, os anos de jornada manipulando os agroquímicos, tendo uma rotina com esses produtos  levam a uma sensação de segurança e familiaridade, possível desculpa para o desuso.  Considerações finais: Com base nos dados, apesar de essenciais durante o manuseio de insumos agrícolas, os EPIs não são aderidos durante o exercício das funções dos trabalhadores rurais, levando a exposição crônica à agroquímicos e eventuais problemas na saúde. Assim sendo, é necessário disseminar informações quanto a periculosidade dos agentes nocivos nas substâncias agrícolas para essa parcela da população, melhorando sua qualidade de vida.

Descritores: Equipamento de Proteção Individual; Agrotóxico; Intoxicação.

 Eixo temático: Pesquisa

 Financiamento (se houver): FAPEMAT – IC.

 REFERÊNCIAS

 Silva Daniely Oliveira da, Ferreira Marcelo José Monteiro, Silva Shinarley Azevedo da, Santos Marina Atanaka dos, Hoffmann-Santos Hugo Dias, Silva Ageo Mário Cândido da. Exposição aos agrotóxicos e intoxicações agudas em região de intensa produção agrícola em Mato Grosso, 2013. Epidemiol. Serv. Saúde [Internet]. 2019 [citado 19º de julho de 2020]; 28(3): e2018456. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-96222019000300308&lng=en. Epub Dec 05, 2019.  https://doi.org/10.5123/s1679-49742019000300013.

  1. Fraxe Therezinha de Jesus Pinto, et al. "Uso de agrotóxicos e seus impactos socioambientais nos municípios de Rio Preto da Eva e Careiro da Várzea, Amazonas-Brasil Use of pesticides and their socio-environmental impacts in the municipalities of Rio Preto da Eva and Careiro da Várzea, Amazonas-Brazil."Brazilian Journal of Development 6.5 (2020): 31429-31451. 2020[citado 19º de julho de 2020]. Disponível em: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/10714
  2. Pinto da Silva A, Conceição Leite Funchal Camacho A, França de Menezes H, Felipe Thomaz dos Santos AC, de Abreu Moniz M, Dias dos Santos R, de Souza Panetto O. Riscos à saúde do trabalhador rural exposto ao agrotóxico. SaudColetiv (Barueri) [Internet]. 2020 [citado 19º de julho de 2020];10(52):2094-102. Disponível em: http://revistas.mpmcomunicacao.com.br/index.php/saudecoletiva/article/view/521

Biografia do Autor

  • Denize Jussara Rupolo Dall Agnol, Universidade do Estado de Mato Grosso - Campus Universitário de Tangará da Serra

    Enfermeira, Doutora, Docente do Ensino Superior – Adjunto II, Universidade do Estado de Mato Grosso - Campus Tangará da Serra.

Publicado

19-04-2024