COMPORTAMENTOS NÃO VERBAIS EXPRESSOS POR PROFISSIONAIS DE SAÚDE DURANTE A ASSISTÊNCIA DOMICILIAR.

Autores/as

  • Michelle Ferraz Martins Jamarim Universidade Estadual de Campinas
  • Claudinei José Gomes Campos
  • Samira Martines Ciarrocchi Monteiro
  • Camila Zucato da Silva
  • Angela Ferreira da Silva

Palabras clave:

Comunicação Não Verbal; Linguagem Corporal; Pessoal de Saúde; Assistência Domiciliar; Pesquisa Qualitativa.

Resumen

Introdução: a comunicação é fundamental nas relações humanas, em especial entre pacientes e profissionais e quando utilizada de forma apropriada, favorece à efetividade, a qualidade da assistência e a humanização do cuidado. A comunicação se faz de duas formas: verbal e não verbal com apenas 7% dos nossos pensamentos expressos por palavras, enquanto 93% acontecem por mensagens inconscientes não verbais, as quais revelam sentimentos e intenções. Objetivo: compreender os significados da comunicação não verbal para os profissionais de saúde que atuam no Serviço de Atenção Domiciliar. Metodologia: trata-se de um estudo de caso qualitativo, realizado com profissionais de saúde que atuam em um Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), em um município localizado ao sul de Minas Gerais, Brasil. A população foi constituída por 13 sujeitos e a amostra composta de modo intencional e fechada por exaustão, composta por 09 profissionais de diversas áreas de atuação: enfermeiros, fisioterapeuta, médico, assistente social, fonoaudiólogo e nutricionista. Para a coleta de dados foi utilizado um roteiro para realizar a observação participante, anotações em um diário de campo e um segundo roteiro para realização do grupo focal com o objetivo de coletar informações e conhecer como utilizavam a comunicação não verbal e compreender seus significados. Para a análise de dados foi utilizada a análise temática de conteúdo proposta por Minayo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, sob o parecer consubstanciado número: 3.187.242 e CAAE: 06868319.0.0000.5404, cumprindo todas as determinações da Resolução 466/2012 e 510/2016, ambas do Conselho Nacional de Saúde. Resultados e Discussão: a comunicação não verbal mostrou-se evidente em alguns momentos específicos da assistência domiciliar e predominou durante as primeiras visitas domiciliares, ocasião em que os profissionais estabeleciam um primeiro contato com a família, cuidador e paciente, além de acompanhado por incertezas pelo desconhecerem o outro, o ambiente e a dinâmica do território e também por expressarem em suas atitudes e gestos, certo constrangimento por invadir a privacidade sem haver intimidade na relação, que se somavam a comportamentos de intimidação e insegurança, justificados pela inexistência de vínculo e confiança. Outro momento em que os profissionais expressavam a linguagem não verbal de forma mais expressiva foi quando percebiam ruídos na comunicação entre os membros da equipe, o que impacta diretamente no relacionamento interpessoal da equipe com os familiares e cuidadores e contribui para a descontinuidade do cuidado do paciente.  Considerações finais:  é importante que os profissionais conheçam o contexto domiciliar para entender os hábitos e as reais necessidades do paciente e seus familiares para que possam estruturar suas ações. Além disso, é fundamental que os profissionais de saúde desenvolvam habilidades e competências em comunicação, favorecendo a formação do vínculo, confiança e empatia na relação, o que favorece a qualidade da assistência, evita ruídos na comunicação e impacta diretamente na segurança do paciente.

Publicado

19-04-2024