O IMPACTO DA INFODEMIA PROVOCADO PELA COVID-19

Resumen

Introdução: A infodemia trata-se do excesso de informações que se espalham rapidamente, sendo muitas vezes de procedência duvidosa.¹ As mídias sociais tornaram-se as principais fontes de veiculação dessas informações, porém muitas não são baseadas em evidências científicas. Assim, o excesso de informações atrelado à inexistência na busca de fontes fundamentadas gera a desinformação, acarretando a necessidade de ter cautela ao procurar as notícias sobre a COVID-19, pois podem causar abalos na população, principalmente na saúde mental.² Por outro lado, é importante destacar os benefícios das mídias sociais quando utilizadas de forma correta, já que as notícias são amplamente disseminadas, pode propagar conhecimentos precisos e importantes para a população acerca do assunto COVID-19.³ Objetivo: Identificar as consequências da infodemia provocada pela COVID-19. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada no mês de julho de 2020, na base de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Para realização das buscas foram utilizadas combinações de Descritores em Ciência da Saúde (DeCS) e palavras-chave, sendo eles: Pandemic, Infodemic, COVID-19, Social Media, com o conector booleano AND. Adotou-se como critérios de inclusão: artigos de qualquer método científico publicados no ano de 2020 e nos idiomas inglês, português e espanhol. Excluiu-se literatura cinzenta, teses e dissertações. A seleção iniciou com a leitura do título e resumo, posteriormente a leitura completa e criteriosa dos artigos. Considerou-se a temática dos estudos, principalmente que abordassem COVID-19 relacionado a infodemia ou as mídias sociais. Resultados e Discussão: Foram encontrados 18 estudos, sendo que dois foram excluídos após leitura na íntegra, visto não atenderem aos critérios de inclusão. Deste modo, a amostra final da revisão foi de 16 artigos. Diante da leitura realizada, encontrou-se consequências relacionadas a infodemia, dentre elas poucos aspectos benéficos e inúmeros malefícios à comunidade, profissionais da saúde e políticas públicas. Foram identificados artigos que refletem a infodemia como propagador de informações à saúde da comunidade,³ disseminador de informações prejudiciais no âmbito político,⁴ os quais vêem afetando o psicológico da comunidade⁵ e a saúde mental e física dos profissionais de saúde.² Com a COVID-19 e consequentemente a pandemia, o maior tempo em casa levou as pessoas a utilizarem mais as redes de comunicação online, televisivas, rádios e outros, emergindo questões de distribuição e procura exacerbada de informações. Num primeiro momento, a busca excessiva repercute de maneira benéfica, pois a disseminação das notícias espalharam-se de forma rápida para todos,³  transmitindo conhecimento e percepções dos riscos sobre a doença para população. Dentre as informações de amplo compartilhamento nas redes sociais referem-se a técnica de lavagem de mãos com água e sabão, confecção de máscaras de pano e forma de contágio pelo vírus entre as pessoas. Contudo, a permanência da doença no decorrer do tempo e a velocidade da disseminação das informações tem disseminado informações sem veracidade científica. O descontrole das informações sem embasamento científico tem desafiado órgãos governamentais no gerenciamento das informações com o intuito de filtrar a informações inconsistentes e desmenti-las para a população.⁴ A veracidade das informações pode não ter impacto intencional, porém podem conduzir a marginalização da ciência em favor de interesses comerciais e até mesmo políticos, tornando a gestão da infodemia algo descoordenado. Não obstante, a internalização dos diversos tipos de informações podem gerar estresse e absorção de informações falsas pela comunidade⁵ e modificação no estilo e hábito de vida sem evidência comprovada.  Além disso, tais informações podem repercutir na saúde mental dos profissionais da saúde que precisam estar atentos as fontes das informações e buscar por conhecimento com embasamento científico, para orientar a população corretamente.² Deste modo, pode-se afirmar que a infodemia traz inúmeros benefícios à saúde da população, porém pode comprometer a saúde mental e comportamental. Nenhum artigo selecionado nesta revisão identificou o papel do profissional enfermeiro, mas evidenciou a importância dos profissionais da saúde em disseminar e implementar ações com evidência científica comprovada. Para tal, cabe aos profissionais pertencentes à órgãos de saúde em atuar no gerenciamento das informações sem embasamento científico. Considerações finais: O estudo revela que a permanência da doença em tempo prolongado e o isolamento social da população tem aumentado significativamente o número de buscas e compartilhamento de informações, expondo a população à infodemia. Mesmo sendo beneficia, a infodemia pode repercutir na saúde mental da população assim como para os profissionais da saúde, conduzindo a demandas excessivas aos órgãos governamentais. Dessa forma, é necessário que a população e os profissionais da saúde busquem por informações embasadas cientificamente, para se orientar e absorver conhecimentos importantes e fidedignos sobre a doença. No entanto, a busca por informações verídicas não deve demandar muito tempo para preservar a saúde mental da população. O reduzido número de evidências científicas sobre infodemia, revela a potencialidade do tema, bem como as repercussões geradas à comunidade, profissionais da saúde e órgãos governamentais. Para tal, torna-se necessário manter o gerenciamento das informações disseminadas sobre a pandemia pelos órgãos governamentais com o intuito de minimizar os danos à saúde da população.