ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE UM SOFTWARE PARA REGISTRO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM EM UMA UNIDADE DE ONCOLOGIA

Autores

  • Priscila Biffi UFFS
  • Karine Foiato UFFS
  • Julia Valeria de Oliveira Vargas Bitencourt UFFS

Palavras-chave:

Cuidados de Enfermagem, Informática em Enfermagem, Processo de Enfermagem, Registros Eletrônicos de Saúde, Unidade de Terapia Intensiva

Resumo

 

Introdução: O Processo de Enfermagem (PE) é uma ferramenta que tem como objetivo auxiliar a Enfermagem no aumento de sua visibilidade, credibilidade e autonomia, possibilitando satisfação aos profissionais, dessa forma, melhorando e qualificando os cuidados prestados, garantindo maior segurança aos pacientes e seus familiares, com isso, entende-se que o PE é fundamental em todas as áreas que há cuidado de Enfermagem, sendo de suma importância, também, na Unidade de Oncologia, uma vez que, neste setor os cuidados vão para além dos aspectos biológicos dos sujeitos, alcança os aspectos subjetivos, as necessidades sociais, emocionais e espirituais, surgindo então a necessidade de tornar o cuidado integral.1 Essas constatações referentes ao PE são consideradas para as duas formas de utilização do mesmo, tanto no modelo tradicional (digitado e arquivado em Word) quanto no software. No entanto, a literatura e o serviço nos mostram, que os registros eletrônicos na área da saúde, estão tomando proporção cada vez maior, aumentando dessa forma, o interesse e o despertar da enfermagem para a implantação do PE informatizado, através de um software, integrado ao Prontuário Eletrônico do Paciente, uma vez que facilitará e qualificará os registros de todos os cuidados prestados aos pacientes, além de qualificar a assistência, por exemplo em uma coleta de dados extensa, onde que aspectos fundamentais como, agilidade e segurança, fará diferença para ambos, profissional e paciente.2 Objetivo: Analisar as vantagens e desvantagens da utilização de um software para registro do PE em uma Unidade de Oncologia. Metodologia: Estudo quantitativo com delineamento transversal descritivo, tendo como população todos os enfermeiros assistenciais e gerenciais atuantes na Unidade de Oncologia, de uma instituição hospitalar do Oeste Catarinense, que trabalharam com o registro das etapas do PE no modelo tradicional e que agora trabalham com o software, totalizando 5 profissionais. Foram incluídos no estudo, profissionais enfermeiros com experiência prévia de um tempo igual ou superior a 1 mês na operacionalização e registro das etapas do PE no modelo tradicional, da mesma forma que, estes mesmos profissionais com experiência de um tempo igual ou superior a 1 mês na operacionalização e registro do PE por meio do software. Foram excluídos do estudo enfermeiros em férias, licença saúde/maternidade e licença capacitação, que estavam em período probatório. A pesquisa foi realizada em dois momentos, com um intervalo de 6 meses entre a primeira e a segunda etapa da coleta, e deu-se a partir da aplicação de um questionário autopreenchível, contendo variáveis que permitiam mensurar questões relativas aos registros do PE realizados de maneira tradicional e com o uso do software. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva. Os aspectos éticos foram seguidos, atendendo às Resoluções 466/2012 e 510/2016, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) no dia 30 de março de 2020, sob CAAE 29321220.2.0000.5564, além de o estudo já estar aprovado pela instituição hospitalar, considerando o projeto de pesquisa “guarda-chuva” que o sustenta, aprovado pelo CEP de uma instituição de ensino parceira em 06 de setembro de 2019, sob CAAE 11945519.6.0000.0118. Resultados e Discussão: Foram avaliados para elegibilidade 5 sujeitos, todos enfermeiros com atuação no desenvolvimento do PE, sendo 5(100%) mulheres e nenhum homem 0(0%), com idade que variou de 25 a 45 anos (Média (M)= 35,2), tempo de formado na graduação que variou de 2 a 12 anos (M= 5,6). A titulação máxima configurou-se com 2(40%) especialistas e 3(60%) bacharéis. O tempo de serviço na instituição hospitalar variou de 1 a 8 anos (M= 3,4) e o tempo de atuação com o PE variou de 1 a 2 anos (M= 1,4). Sobre possuir capacitações sobre a utilização do PE, todos, 5(100%) possuem capacitação. Sobre as variáveis do questionário, a primeira foi referente ao a) Tempo de execução dos registros: dos 5 enfermeiros avaliados, a maioria, 3(60%) levavam 1 hora ou mais para executar todas as etapas do PE no modelo tradicional, e agora com o software, todos, 5(100%) levam menos de uma hora para executar todas as etapas do PE. A segunda variável foi referente a b) Organização dos dados: dos 5 enfermeiros avaliados, 3(60%) concordam que havia organização dos dados no modelo tradicional e agora com o software, todos, 5(100%) enfermeiros concordam que a organização dos dados melhorou. A terceira variável foi referente a c) Apresentação dos dados: dos 5 enfermeiros avaliados, 4(80%) concordam que havia boa apresentação dos dados no modelo tradicional e agora com o software, 4(80%) concordam que a apresentação dos dados melhorou. A quarta variável foi referente a d) Segurança no armazenamento dos dados: dos 5 enfermeiros avaliados, 2(40%) concordam que havia segurança no armazenamento dos dados no modelo tradicional e agora com o software, 3(60%) concordam que a segurança no armazenamento dos dados melhorou. A quinta variável foi referente ao e) Banco de dados: dos 5 enfermeiros avaliados, 1(20%) concorda que havia banco de dados no modelo tradicional e agora com o software, 4(80%) concordam que há um banco de dados e que este melhorou. A sexta variável foi referente a f) Qualidade do cuidado e da assistência prestada: dos 5 enfermeiros avaliados, 4(80%) concordam que havia qualidade do cuidado e da assistência prestada no modelo tradicional e agora com o software, 4(80%) concordam que a qualidade do cuidado e da assistência prestada melhorou. A sétima variável foi referente a g) Satisfação: dos 5 enfermeiros avaliados, nenhum, 0(0%) concorda que estava satisfeito com o modelo tradicional e agora com o software, 4(80%) concordam que estão satisfeitos. A oitava variável foi referente se h) Há facilidades: dos 5 enfermeiros avaliados, 4(80%) concordam que havia facilidades no modelo tradicional e agora com o software, 3(60%) concordam que as facilidades aumentaram. A nona variável foi referente se i) Há dificuldades: dos 5 enfermeiros avaliados, todos, 5(100%) concordam que havia dificuldades no modelo tradicional e agora com o software, 3(60%) concordam que há dificuldades. Analisando esses dados, fica evidente que o software favoreceu para o trabalho dos enfermeiros, pois mesmo estando em fase inicial de implantação, em que há dificuldades no uso, os enfermeiros destacam que já possuem facilidades, o que caracteriza cada vez mais habilidade prática, tanto para o manuseio do software, quanto para a qualificação do cuidado prestado, uma vez que permite desenvolver o raciocínio clínico através da organização mais objetiva e ágil dos dados obtidos.3 Considerações finais: Com os resultados obtidos nesta pesquisa, é possível comprovar por meio de evidências científicas, o impacto positivo que o software para o PE desencadeou, resultando em viabilidade para a proposta inicial, e para além disso, demonstra vantagens e desvantagens no seu uso o que permite a qualificação da ferramenta, com o intuito de ampliar sua implementação noutras unidades hospitalares que prestam cuidados de enfermagem.

 

Publicado

24-09-2024