RECURSO AUDIOVISUAL COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE

RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • Greici Naiara Mattei Unioeste
  • Karoline Zanella Volinski
  • Ana Caroline Carvalho
  • Rosa Maria Rodrigues

Resumo

Introdução: A Unidade Básica de Saúde (UBS) possui finalidade de garantir o acesso da população a uma atenção à saúde de qualidade. Disponibiliza atendimentos de clínica geral, ginecologia, odontologia, enfermagem e pediatria ofertando consultas médicas, inalações, injeções, curativos, vacinas, coleta de exames laboratoriais, tratamento odontológico, encaminhamento para especialidades e fornecimento de medicação básica. Na UBS, o usuário ainda pode acessar ações de promoção, prevenção e tratamento relacionados à saúde da mulher e da criança, pré-natal, planejamento familiar, saúde mental, prevenção ao câncer e cuidados com doenças crônicas.¹ Já a Unidade de Saúde da Família (USF) tem como atribuição conhecer a realidade das famílias que estão sob sua responsabilidade, identificar os problemas de saúde mais comuns daquela localidade, proporcionar criação de vínculo de confiança com usuário e família para o cuidado, prestar assistência de forma integral e possibilitar a continuidade do cuidado de acordo com a demanda, utilizar a educação continuada para a promoção de qualidade de vida, e ainda, contribuir para que o meio ambiente possa se tornar mais saudável.² Logo, assim como na Unidade de saúde tradicional, a USF precisa prestar assistência de forma integral, contínua e qualificada por uma equipe multiprofissional.¹ Compreende-se que, a UBS é a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde, o serviço é voltado preferencialmente ao atendimento primário, contando gratuitamente com serviços essenciais. A USF é um modelo semelhante, além dos serviços de atendimento primário, possui foco na promoção a saúde, exigindo da equipe um olhar amplo para sua comunidade específica através de atividades de prevenção de doenças ampliando o atendimento primário .¹ Estas diferenças entres as unidades, quando o município possui as duas modalidades, gera dúvidas entre os usuários que, por vezes não entendem a “recusa” de atendimento, caso ele procure uma USF, não sendo pertencente àquele território. Essa queixa é comum entre profissionais e usuários o que requer esclarecimentos que podem se fazer por meio de recursos educativos. As estratégias de educação em saúde são potencializadas quando se agregam recursos lúdicos que potencializem as mensagens. Objetivos: Construir vídeo como recurso didático para educação permanente com os trabalhadores dos serviços de saúde, divulgar para a população as diferenças entre Unidade Básica de Saúde e Unidade de Saúde da Família e contribuir com a prática assistencial no Sistema Único de Saúde. Metodologia: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, vivenciado por acadêmicos do curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste, no ano de 2019, durante o estágio supervisionado em prática de ensino II na sua dimensão da educação permanente. No primeiro momento em reuniões foram definidos os elementos teóricos necessários para o estudo da temática a ser abordada no vídeo de forma que fosse subsídio para sua elaboração. Seguindo dessa base teórica, pontuou-se elementos que seriam fundamentais para o roteiro da produção e conteúdo do vídeo, cuja edição foi executada em parceria com a TV Imago, setor de televisão da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. A primeira versão do vídeo foi apresentada em sala de aula para colegas e professores, com o intuito de ser realizadas considerações no sentido de buscar melhorias do produto, constituindo-se alunos e professores em juízes para avaliação de conteúdo e aparência da produção. Após esta etapa e com o vídeo finalizado ele foi submetido à validação de profissionais dos serviços de saúde. Em seguida, após as correções, o vídeo foi publicado em uma plataforma de compartilhamento de vídeos de amplo acesso. Resultados e Discussão: As atividades foram realizadas durante o estágio de Prática de Ensino II, que ocorreu entre os dias 27 de março à 10 de maio de 2019. As reuniões foram presenciais, duravam em torno de uma hora e possuíam o objetivo de aprofundar a discussão da criação do vídeo entre as acadêmicas. Inicialmente foi esquematizado o conteúdo em papel e posteriormente como apresentação de slides para visualizar a ideia de forma mais concreta. Para o conteúdo do vídeo foi utilizado como base um referencial teórico escrito previamente pelas acadêmicas, as imagens utilizadas foram selecionadas na plataforma gratuita de imagens freepik e a construção e edição do vídeo foi executada por um colaborador da Tv Imago. Ainda, o vídeo contou com a participação de uma Enfermeira Docente da área de Saúde Coletiva. Isto posto, o vídeo finalizado apresenta, de maneira geral, a estrutura da atenção básica e como ela está organizada na cidade de Cascavel/PR, como foco central na explanação dos diferentes serviços disponíveis e quais devem ser buscados a depender das condições de saúde apresentadas pelo usuário que carece de atendimento. A estratégia de educação em saúde estabelece, através da prática pedagógica do trabalho da enfermagem, meios didáticos e tecnológicos para facilitar a aprendizagem.³ Um estudo evidenciou que os recursos audiovisuais interativos proporcionam maior entendimento do público pelo conteúdo apresentado.4 Logo, a enfermagem beneficia-se da busca e criação desses recursos para assegurar sua prática de educação em saúde³, achado que corrobora com o estudo. O vídeo foi aprovado durante a validação dos profissionais e está disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=ElQs6L5bnfA&feature=youtu.be. Considerações finais: Recursos audiovisuais são estratégias simples e de fácil compreensão para promover conhecimento. Essa atividade, que aparentemente pareceu trivial com fácil resolubilidade, exigiu um grande aporte teórico e científico para transpor ao vídeo expressões complexas e de difícil compreensão ao leigo em gráficos e imagens que informassem a população de forma direta e concisa. O propósito desse trabalho é que o vídeo produzido passe durante filas de espera, em ambientes coletivos de educação permanente e nas instituições formadoras de recursos humanos para os serviços de saúde. Sabe-se ainda que os resultados não serão vistos de imediato, sendo um trabalho gradativo e moroso. Compreende-se então, que o trabalho de mostrar as diferenças de UBS e USF ainda permanecerão durante a trajetória acadêmica e profissional mesmo que existam diversos meios, como esse, para transmitir informações para os usuários desses serviços.

Publicado

21-04-2024