CONSULTAS DE PRÉ NATAL REALIZADOS PELO ENFERMEIRO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores/as

  • Raquel Cristina Sulzbach UDESC
  • Lucimare Ferraz
  • Carla Argenta

Palabras clave:

Pré-natal; Enfermagem; Atenção Primária à Saúde.

Resumen

Introdução: O profissional enfermeiro tem papel de grande destaque em uma equipe multiprofissional da Atenção Primária à Saúde, onde realiza educação em saúde para o usuário, família e coletividade. De acordo com a resolução do Conselho Federal de Enfermagem1, respaldada pela Lei do Exercício Profissional de Enfermagem (nº7498/86)2 que é regulamentada pelo Decreto nº 94406/873, o enfermeiro é um profissional capacitado para realizar acompanhamento pleno das consultas de pré-natal em gestantes de baixo risco, prescrição de enfermagem, incluindo medicamentos, desde que, estabelecidos em Programas de Saúde Pública, e, em rotina aprovada pela instituição de saúde. O atendimento da gestante pelo enfermeiro é uma das estratégias que aumentam a captação das mulheres no início da gestação, favorecendo a melhoria dos contatos com os serviços de saúde para a realização de suas ações de atenção, que é prioritário para um bom desfecho perinatal. Objetivo: Relatar a experiência das consultas de pré-natal de baixo risco realizadas pela Enfermeiro. Metodologia: Estudo descritivo, tipo relato de experiencia relacionado as consultas de pré-natal realizadas pelo profissional enfermeiro, elaborado a partir da vivência em uma Unidade Básica de Saúde do Município de Pinhalzinho – SC. Resultados e Discussão: No momento em que a mulher apresenta o resultado positivo do exame laboratorial para gravidez, ela é vista como gestante e, logo a primeira consulta do pré-natal é realizada. A etapa mais importante desta consulta é a entrevista, momento no qual é realizada uma investigação da presença de sintomas e queixas, bem como as condições de moradia e de trabalho da gestante, se realiza algum tipo de atividade física, histórico nutricional e planejamento reprodutivo da gestante. É questionada também sobre o tabagismo e/ou a exposição à fumaça do cigarro (sempre explicando sobre as consequências do tabagismo para a saúde da mulher e do feto), ao álcool e outras substâncias psicoativas (licitas e ilícitas). A saúde mental também é analisada, o enfermeiro tenta entender como a mulher está se sentindo frente a gestação, são questionadas as relações, se a mesma sofre algum tipo de violência doméstica, qual a rede de apoio familiar e social. A gestante também é interrogada quanto aos antecedentes familiares e clínicos, ginecológicos (se já foi gestante, se já teve filhos, via de parto, abortos) imunização, a saúde sexual e a saúde bucal (orientada ao agendamento de consulta com o dentista da UBS). Na sequência, são realizados cálculos para determinar a idade gestacional e data provável do parto, é realizado o exame físico da gestante, os testes rápidos (HIV, Sífilis, Hepatite B e Hepatite C) e coleta para o teste da mamãe catarinense (para diagnóstico da doença falciforme). É solicitado também os demais exames de rotina do 1º trimestre (laboratoriais e ultrassonografia) e feita a prescrição do ácido fólico 5mg 1x ao dia até 12ª semanas de gestação e a mesma é orientada a retornar assim que tiver os resultados dos exames e/ou se tiver qualquer sintoma ou agravo. As atividades dos grupos de gestantes que ocorrem mensalmente no município são apresentadas a ela, e a mesma é estimulada e orientada a participar. No mesmo momento que o enfermeiro tem a capacidade de elucidar as dúvidas das gestantes, acaba por promover o empoderamento feminino, o qual faz com que elas tenham conhecimento dos seus direitos, como também das alterações que ocorrem durante o período gestacional e no pós parto4. É importante que a gestante realize no mínimo sete consultas, considerando o cronograma de até a 36ª semana a consulta ser mensal, da 36ª até 38ª quinzenal e da 38ª a 41ª as consultas aconteçam semanalmente. Durante as consultas, o enfermeiro deve estar sempre atento para a identificação de riscos, alteração da pressão arterial, estado nutricional e crescimento uterino. É muito importante uma boa orientação sobre o ciclo gravídico e puerperal durante o atendimento para um desfecho saudável no parto e nascimento4. Quando é identificado algum risco para gestante durante o período gravídico a mesma é encaminhada para consultas com a médica ginecologista que atende na rede municipal. O papel do enfermeiro é de grande relevância, uma vez que ao ouvir com atenção as queixas das gestantes, sanar as dúvidas e incorpora-las nas ações de saúde que envolvem o período gravídico o qual está vivenciando, acaba por ganhar confiança e consegue garantir a extensão da cobertura e uma boa qualidade na assistência, evitando dessa forma, a evasão do acompanhamento de pré-natal5. O atendimento das gestantes pelo enfermeiro é fundamental para a cobertura completa e o acompanhamento de pré-natal adequado. Considerações finais: As consultas de enfermagem no pré-natal possibilitam a ampliação do acesso e o início precoce da assistência. É importante que as futuras mamães iniciem o seu pré-natal assim que tiverem a gravidez confirmada ou antes de completarem três meses de gestação. Os exames feitos durante o pré-natal são de extrema importância para detectar problemas, como doenças que possam afetar a criança ou o seu desenvolvimento no útero. É através do pré-natal que alterações são detectadas e tratadas a tempo, evitando-se, assim, problemas para a saúde da mãe e do bebê. Com os exames laboratoriais e a consulta qualificada previstas na rotina do pré-natal, podem-se identificar precocemente morbidades e assim realizar o tratamento, seja este medicamentoso ou não, visando a cura ou controle da doença materna, prevenção de infecção fetal pela transmissão vertical e possíveis óbitos maternos, fetais e infantis. O resultado dos exames laboratoriais e o histórico da gestante correspondem a um monitoramento para a classificação do risco pré-natal. Podemos afirmar ainda, que o aprimoramento da qualidade da assistência pré-natal envolve também o adequado registro no cartão da gestante para diagnóstico do risco gestacional. A qualidade da assistência de enfermagem a gestante, qualifica o processo de cuidar e possibilita um desfecho positivo para a saúde da mãe e do bebê.

Publicado

22-04-2024