VISITAS DOMICILIARES NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: UM POTENTE INSTRUMENTO DE CUIDADO
Palabras clave:
Visita Domiciliar; Equipe de Assistência ao Paciente; Paciente.Resumen
Introdução: A visita domiciliar pode ser definida como uma atividade que tem por intuito subsidiar a intervenção no processo saúde e doença de indivíduos e suas famílias, sendo um potente instrumento de cuidado, sobretudo para o planejamento de ações, almejando à promoção de saúde da coletividade, voltada para sua realidade.1 Ainda, de acordo com as características de cada território, a visita domiciliar é uma maneira de chegar até aquelas famílias que tem dificuldades em acessar as unidades de saúde, como por exemplo, idosos que possuem dificuldades em se locomover e acabam sem atendimento. Objetivo: Relatar a experiência sobre visitas domiciliares na disciplina de saúde coletiva do curso de enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria/Campus Palmeira das Missões/RS. Metodologia: As visitas foram realizadas no Município de Palmeira das Missões na ESF – Westphalen nos dias 18 e 25 de junho de 2019, na disciplina de Saúde Coletiva integrando as atividades práticas, foram acompanhadas pelas professoras e pelos agentes comunitários de saúde. Foram realizadas quatro visitas domiciliares com as famílias em situação de vulnerabilidade, sugeridas pela equipe de saúde da família. Resultados e Discussão: A partir de uma caminhada de deslocamento da ESF até as famílias em que seria feito a visita, pode-se observar que a comunidade é um local muito carente, com muito lixo, sem saneamento básico, muitos sem emprego e não assalariados, também se observou bastante drogadição entre os que ali habitam e alguns vivem do tráfico. Essas são algumas das características da comunidade desse território. Para elucidar como a visita domiciliar é um potente instrumento de cuidado será relatada, brevemente, uma situação analisada e encaminhada por meio de uma visita domiciliar. Uma senhora, de 77 anos, com sequelas de acidente vascular cerebral, há mais de sete anos, mora com o esposo e com um filho, que trabalha durante o dia e estuda à noite. A senhora relatou que toma remédios para o coração e para a hipertensão. Há muito tempo não verificava sua pressão arterial, em razão das dificuldades de deslocamento até a ESF. Foi aferida a pressão arterial e percebeu-se que estava elevada (190/100), a senhora relatou que não tinha tomado os devidos remédios naquele dia e disse também que um deles não estava tomando por questões financeiras. Identificou-se outras fragilidades e dificuldades em seguir um tratamento que tivesse sucesso no controle da hipertensão arterial, como, por exemplo, as questões de alimentação, as questões familiares e culturais. Percebeu-se a necessidade de um encaminhamento para a equipe de saúde para revisão dos medicamentos e ajuste destes dentro de seu orçamento e demais necessidades apontadas. Além disso, notou-se a necessidade de encaminhar a senhora para o atendimento domiciliar de um fisioterapeuta, para buscar uma melhor qualidade de vida para a paciente, minimizando suas sequelas. Ao final da visita constatou-se a importância da equipe de Saúde estabelecer um vínculo de aproximação e confiança com a paciente, buscando estreitar distâncias e favorecer o controle e melhora da situação descrita, principalmente acompanhando, continuamente, sua evolução. Considerações finais: Portanto, percebe-se que a visita domiciliar é o meio de aproximação entre paciente e profissionais, pois os profissionais de saúde estabelecem um vínculo de confiança e é através dele que a promoção de saúde chega até as famílias, detectando os problemas além da doença e buscando intervenções viáveis, contribuindo de forma positiva para o andamento do tratamento junto com a equipe multiprofissional. Para que isso ocorra, deve-se trabalhar com os profissionais a humanização, construindo experiencias mais empáticas e acolhedoras das diversidades de cada território/comunidade/família.
