PERCEPÇÃO DOS AUXILIARES DE ENFERMAGEM EM RELAÇÃO A AVALIAÇÃO INICIAL NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA/ES

Autores/as

  • Larice Miranda Ferreira Universidade Federal do Espirito Santo
  • Denize Alves de Oliveira
  • Welington Serra Lazarini

Resumen

Introdução: Para os usuários, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) representam o primeiro local de referência para a resolução de suas necessidades em saúde, devido à proximidade física de suas residências ou pelo vínculo que possuem com os profissionais¹. Para que os problemas da população sejam atendidos, as UBS organizam as demandas programadas e espontâneas². No Município de Vitória, os profissionais que realizam a avaliação inicial da demanda espontânea são os auxiliares de enfermagem³, que devem analisá-las, ter clareza dos cuidados oferecidos na UBS e possibilidade de diálogo com a equipe, considerando as necessidades dos usuários⁴. Estudos que apontam o papel dos auxiliares de enfermagem na Atenção Básica ainda são escassos no Brasil, sendo de suma importância novas pesquisas. Objetivo: Compreender as percepções dos auxiliares quanto ao acolhimento a demanda espontânea na Atenção Básica. Metodologia: Estudo qualitativo de caráter transversal, descritivo e exploratório. A coleta de dados ocorreu em março de 2020, por meio de seis entrevista semiestruturada, no município de Vitória/ES. Como critérios de inclusão, os auxiliares de enfermagem efetivos na UBS da região de Maruípe, deveriam ter atuado na sala de avaliação inicial e terem experiência na Estratégia de Saúde da Família (ESF) por pelo menos seis meses. Os dados coletados nas entrevistas foram transcritos de forma literal e integral, categorizados em temas, à luz da análise de conteúdo proposta por Bardin5. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e aprovado (CAAE 24834019.8.0000.5060) no dia 11 de fevereiro de 2020, respeitando Resolução nº 466/12 e 510/2016, do Conselho Nacional de Saúde. Resultados e Discussão: Foram construídas três categorias de análise, a primeira retrata as deficiências do processo de trabalho, os auxiliares de enfermagem contestaram sua atuação na avaliação inicial, alegando ser o enfermeiro o profissional mais capacitado para tal, devido a sua qualificação e conhecimento científico, além de relatarem a falta de treinamento dos auxiliares e dos outros profissionais envolvidos com a demanda espontânea, e ainda a desatualização do protocolo utilizado. A segunda categoria aponta as fragilidades de uma estrutura incompatível com a realidade da população, na qual os auxiliares de enfermagem argumentam quanto a inconformidade das salas, referindo-se à falta de privacidade. Relatarem também a escassez de vagas para o atendimento ou ainda encaixes, que sobrecarregam os profissionais, gerando um sentimento de impotência. A terceira categoria revela a carência de informação por parte da população, como o desconhecimento sobre a real função da UBS, suas demandas e atendimentos. Além de, serem relatados o nervosismo, impaciência e até mesmo agressividade dos pacientes quanto a espera e a falta de vagas. Considerações finais: A falta de capacitação dos profissionais e ações para a promoção e qualidade da assistência se fazem presentes. Assim, estratégias são essenciais para uma satisfação no serviço por parte dos auxiliares e dos usuários. Esses profissionais estão à frente da saúde dos brasileiros, portanto, debater a formação, funções, condições de trabalho e os rumos da Enfermagem é essencial para a melhoria da qualidade e do acesso ao Sistema Único de Saúde.

Publicado

27-04-2024