COMISSÃO INTERSETORIAL DE MONITORAMENTO DE INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS

RELATO DE EXPERIÊNCIA FRENTE À PANDEMIA PELA COVID-19

Autores

  • Helena Patáro Novaes Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso
  • Maria Salete da Silva Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso/ Secretaria de Saúde do estado da Bahia
  • Leila Fernandes Diretoria de Gestão do Cuidado - Secretaria de Saúde do Estado da Bahia
  • Júlia Gonçalves Costa Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso/ Secretaria de Saúde do estado da Bahia
  • Clotildes Sousa Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso/ Secretaria de Saúde do estado da Bahia
  • Janine Soub Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso/ Secretaria de Saúde do estado da Bahia

Palavras-chave:

Idoso; Instituição de Longa Permanência para Idosos; Infecções por coronavírus; Telemonitoramento.

Resumo

Introdução: A pandemia pelo Sars-Cov-2, causador da Corona VirusDisease, mostrou-se, no mundo, ter fácil transmissibilidade e alta letalidade em idosos. O cenário internacional de óbitos entre idosos residentes em Instituição de Longa Permanência é devastador, com um número significativo de mortes. A literatura aponta que residentes nessas instituições apresentam maior vulnerabilidade ao novo coronavírus, com fatores de riscos relacionados à fragilidade clínico-funcional e ambientes coletivos inadequados. Diante do panorama internacional e da necessidade de construir uma história diferente, foi instituída a Comissão Intersetorial de Monitoramento dessas instituições no Estado da Bahia. Enquanto estratégia de intervenção intersetorial tem como responsabilidade a articulação de ações governamentais, com vistas à garantia do direito à saúde e à proteção social a idosos residentes. Objetivo: Relatar a experiência do processo de trabalho da Comissão Intersetorial de Monitoramento de Instituições de Longa Permanência para Idosos frente à pandemia da infecção pelo novo coronavírus. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência de abordagem descritiva. A Comissão foi instituída em abril, através de portaria da Secretaria de Saúde do Estado. É composta por 15 profissionais da Secretaria de Saúde do Estado, 02 profissionais da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social e 16 profissionais da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, distribuídos em 5 equipes de telemonitoramento. Inicialmente foi realizado mapeamento das instituições no Estado. O trabalho da Comissão consiste em telemonitoramento das instituições a cada 72 horas e a cada 24 horas, quando há a ocorrência de casos confirmados ou suspeitos. O telemonitoramento é registrado em formulário eletrônico, com questões relativas à situação da ILPI tais como: número de residentes e funcionários; existência de plano de contingência; natureza do serviço; situação vacinal, entre outras questões. A partir das necessidades das Instituições, ações intersetoriais são articuladas em nível local e estadual. As instituições foram distribuídas para o monitoramento entre as equipes, considerando territorialização por regiões de saúde do Estado, visando criar vínculo entre os monitores, a instituição e o território onde estão inseridas. Resultados Parciais: O mapeamento e monitoramento de 195 instituições trouxeram maior visibilidade às ILPI e a identificação de características e necessidades relativas às políticas públicas de saúde e proteção social. Foram elaborados protocolos de testagem com RT-PCR de residentes e funcionários, fluxograma de proporcionalidade terapêutica para idosos com esta infecção, ações de articulação, orientação e apoio técnico às ILPI e gestores municipais de saúde e assistência social em todo o Estado. Considerações finais: O trabalho da Comissão traz à luz questões anteriores à pandemia, mas que no atual cenário tornaram-se urgentes. Encontramos como limitadores do trabalho, um Estado com grande extensão territorial, desatualização do Cadastro do Sistema de Único de Assistência Social, instituições irregulares sem condições de atenderem às orientações das notas técnicas vigentes, além do ineditismo das ações que fez com que os processos fossem desenhados e avaliados enquanto aconteciam. As ações realizadas têm se mostrado fundamentais para a garantia do direito à vida com dignidade e acesso às ações de saúde e proteção social preconizada pelo Estatuto do Idoso e pela Política Nacional da Pessoa Idosa.

Publicado

24-09-2024