ESTRESSE NA EQUIPE DE ENFERMAGEM DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Palavras-chave:
Enfermagem de Atenção Primária; Pessoal de Saúde; Atenção Primária à Saúde; Estresse Fisiológico; Estresse PsicológicoResumo
Introdução: os profissionais da enfermagem que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS) estão sujeitos a diversos tipos de estressores, pois são responsáveis por zelar e cuidar da saúde, individual e coletiva, da população e com isso, podem desenvolver estresse, o qual é caracterizado como uma síndrome que altera a homeostase corporal com presença marcante na atualidade. Objetivo: analisar o estresse dos profissionais da equipe de enfermagem da Atenção Primária à Saúde. Metodologia: trata-se de um estudo observacional, descritivo e transversal realizado através da aplicação de uma ficha de identificação, contendo dados sociodemográficos e do Inventário de Sintomas de Stress de Lipp (ISSL), para avaliação da presença ou ausência do estresse, assim como, da fase e da predominância do estresse. O estudo censitário teve 124 participantes entre os níveis técnico, auxiliar e profissional de enfermagem que trabalham na APS de um município do sul de Minas Gerais. A coleta de dados foi realizada no entre agosto e meados de outubro de 2019, com a equipe de enfermagem de todas as Unidades de Saúde da Família do município. A correção e interpretação dos dados do ISSL foram realizadas pela psicóloga Dra. Marilda Emmanuel Novaes Lipp, de acordo com o Conselho Federal de Psicologia. Os dados obtidos foram armazenados em planilha do Microsoft Excel Plus 2010 e as análises descritivas realizadas com auxílio do software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 24. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa na data de 08 de março de 2019, sob o parecer consubstanciado número: 3.187.440 e CAAE: 07365319.3.0000.5404, atendendo às Resoluções 466/2012 e 510/2016, do Conselho Nacional de Saúde. Resultados e Discussão: observou-se que 95,2% dos participantes eram do sexo feminino, com média de idade de 38 anos, 75,8% apresentavam-se com companheiros e 57,3% da amostra era composta pela categoria técnico de enfermagem, seguida por 33,9% de enfermeiros e 8,9% de auxiliares de enfermagem. Evidenciou-se que, dentre o total dos participantes, 50% apresentaram estresse e destes, 33,1% estavam na fase de resistência com prevalência dos sintomas psicológicos. O estresse poderá estar presente nos profissionais da enfermagem que trabalham na APS, os quais estão sujeitos a diversos tipos de agentes estressores, sejam eles físicos, psicológicos ou laborais, associados, muitas vezes a um contexto social complexo. A fase de resistência e os sintomas psicológicos foram predominantes nos participantes com estresse, evidenciando que o organismo pode estar reagindo, tentando retornar a homeostase corporal e a identificação da predominância dos sintomas é importante para a realização de tratamento e/ou prevenção focados na sintomatologia específica, haja vista que o estresse pode apresentar relação com depressão e ansiedade. Considerações finais: o estudo identificou presença do estresse em 50% dos profissionais da enfermagem da APS e oferece subsídios para a criação de propostas para tratamento e prevenção do estresse nesta população, assim como para pesquisas futuras relacionadas ao tema, já que os dados obtidos não podem ser estendidos para demais populações.