Programa Saúde na Escola:

um relato de experiência sobre a práxis da pesquisa em tempos de pandemia

Resumen

Introdução: O programa Saúde na Escola (PSE) é uma política interministerial entre os Ministérios da Saúde e da Educação, consolidado em 2007 pelo Decreto n. 6.286. Foi criado como estratégia para ampliar a atenção integral e fomentar uma formação voltada para ações de prevenção e promoção da saúde entre os educandos. O PSE tem como base fundamental a integralidade, territorialidade e a intersetorialidade, essa última é a caraterística fundamental para execução do programa, propõem a articulação entre os setores da saúde e educação, o programa também apresenta doze ações para serem desenvolvidas com as crianças, adolescentes e jovens em âmbito escolar. Objetivo: Relatar a experiência e a ressignificância da coleta de dados no contexto da pandemia. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, sobre a coleta de dados da pesquisa intitulada “Avaliação do Programa Saúde na Escola sob o prisma da intersetorialidade: um estudo multicasos”, a qual foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal da Fronteira Sul CAAE n. 19337419.5.0000.5564. A pesquisa ocorreu na Região de Saúde Oeste de Santa Catarina, que abrange munícipio, nos meses de fevereiro a maio de 2020. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os quatro principais atores da operacionalização do PSE, a saber: secretários municipais de saúde e de educação, profissional de saúde vinculada à Unidade de Saúde e professor ou gestor da escola. Resultados e Discussão: Atualmente o mundo parou com a pandemia do novo corona vírus e as pessoas tiveram que se adaptar com essa nova conjuntura. Dentro desse contexto, a pesquisa também passou por um período de ressignificação e modificação. Quando se instaurou a pandemia a pesquisa se encontrava na fase de coleta de dados, as entrevistas eram realizadas presencialmente nos munícipios, com o isolamento social implantado como medida preventiva, passou-se a ser realizadas virtualmente através das plataformas Whereby e Skype. Nessa nova adaptação encontramos algumas vantagens e desvantagens em relação ao uso dessas ferramentas tecnológicas durante o período de pandemia, dentre os quais foram a flexibilidade dos horários, não precisar se locomover até o munícipio e trabalhar no formato “home office”. Entretanto, durante coleta houve falhas na conexão de rede dificultando a comunicação e muitas vezes os entrevistados ficavam ociosos e desamparados com a situação, pois a saúde e educação foram os setores mais afetados pela pandemia, os quais tiveram que reorganizar todo calendário das ações intersetoriais do PSE. Ademais, ressalta-se que a falta da realização das doze ações do PSE pode estar contribuindo com outros problemas de saúde, a exemplo do aumento do número de casos de dengue na região, visto que, essa é uma das atividades mais enfatizadas pelo PSE. Considerações finais: As principais limitações deste estudo foram não conhecer o ambiente de trabalho dos entrevistados, o que por vezes impossibilita a criação de vínculo e de perceber detalhes que possam passar despercebidos durante uma comunicação virtual, que poderiam ser essenciais para a pesquisa. Para além disso, essa experiência contribuiu para que possamos pensar novas estratégias de pesquisa e aprender através das vivências.