Monitoria e Organização do Trabalho Pedagógico: Experiências na Curricularização da Extensão

Resumo

A monitoria vinculada ao projeto "Organização do Trabalho Pedagógico: Curricularização da Extensão" teve como proposta inicial acompanhar e apoiar o desenvolvimento das atividades planejadas no plano de trabalho aprovado, contribuindo para a articulação entre ensino, pesquisa e extensão e para a formação acadêmica dos estudantes envolvidos. Desde o início, a monitoria teve como foco colaborar com a integração das práticas extensionistas ao currículo, reforçando a importância do ensino como prática social e formativa. Durante o período de vigência, foram realizadas diversas atividades previstas, como a participação em reuniões de planejamento, apoio na organização de eventos acadêmicos, elaboração de materiais didáticos e acompanhamento dos estudantes em ações extensionistas. Também foram desenvolvidos estudos e leituras teóricas que fundamentaram a atuação da monitoria, promovendo reflexões sobre o papel pedagógico dessas ações na formação crítica dos estudantes. Contudo, a atuação da monitoria foi além do escopo inicial. Novas demandas foram sendo incorporadas de forma natural e colaborativa, refletindo as necessidades do grupo e a dinâmica do projeto. Entre essas atividades, destacam-se o suporte na elaboração de trabalhos acadêmicos com base nas normas da ABNT, auxílio na inscrição de discentes em editais de bolsas e monitorias, orientação na produção de cartas de apresentação para estágios e apoio na organização e sistematização de materiais didáticos utilizados no Laboratório de Pedagogia. Essa flexibilidade no atendimento e a escuta ativa das necessidades dos colegas contribuíram para a efetiva consolidação da monitoria como uma ferramenta de apoio acadêmico acessível e útil. Destaca-se também o papel das Organizações do Trabalho Pedagógico (OTPs), que nortearam grande parte das discussões e ações do projeto. As OTPs funcionaram como espaço privilegiado para o planejamento coletivo, a reflexão sobre a prática pedagógica e a integração dos diversos saberes envolvidos no processo formativo. A experiência da monitoria nesse contexto permitiu vivenciar de forma concreta os princípios da curricularização da extensão, incentivando o protagonismo estudantil e a colaboração entre diferentes atores do processo educativo. A atuação foi constantemente inspirada nos referenciais de Paulo Freire, ao reconhecer que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção” (FREIRE, 1996), de Dermeval Saviani, que defende uma escola comprometida com a transformação social, e de Newton Duarte, ao valorizar os conteúdos escolares como herança cultural essencial à formação crítica dos estudantes.