A monitoria como espaço de aprendizagem no ensino superior
Palavras-chave:
Constituição da docência, Ensino Superior, Pedagogia CríticaResumo
A proposta de monitoria do curso de Pedagogia do Campus de Realeza PR, procurou estar articulada com os objetivos e o perfil do egresso que constam do PPC do Curso. Desta forma, o papel da monitora está muito atrelado à proposta de formação do professor e do pedagogo que se assenta sobre alguns princípios que são: formação em contínuo diálogo com a escola pública; identificar os principais gargalos da educação, bem como repensar em possibilidades de superação das dificuldades por meio de ações criativas e criadoras e contribuir para a constituição de uma escola pública plural, inclusiva e preocupada com as grandes questões que envolvem a condição humana. Desta forma, o trabalho desenvolvido pela monitora reflete esta preocupação e busca oportunizar a participação ativa no planejamento e no desenvolvimento de atividades relacionadas à implantação da Proposta Pedagógica do Curso, em articulação com as escolas da Educação Básica e seu contexto. Além disso, envolveu também a organização de um plano de atividades, sob a orientação docente; participação nas atividades de organização envolvendo ensino, pesquisa, extensão e cultura e de seus processos de gestão. Compreende-se que a monitoria deve servir de elo entre estudantes do Curso, professores e Coordenação e as escolas da Educação Básica, contribuindo para com a construção da identidade docente no Curso de Pedagogia. A monitoria procurou acompanhar de perto as dificuldades dos colegas, intermediar a busca de alternativas para os problemas surgidos com os colegas no âmbito da instituição e seus recursos. Importante mencionar aqui que a monitoria tem como alvo a docência no ensino superior e não apenas uma perspectiva que se tinha anteriormente, ou seja, ver a monitoria era uma espécie de secretario ou assistente de um professor. Ao longo da última década, a docência no ensino superior passou a ser objeto de estudos e reflexões, resultando num aumento de publicações em torno da temática. Em sua maior parte, publicações, não vinculadas diretamente ao campo educacional (Cintra, 2018). Tais estudos têm apontado que não basta o conhecimento teórico na área, vinculado à formação do pesquisador e, menos ainda, a ideia de que o aprendizado do ofício da docência se confunde com a experiência, como a ideia de acompanhar um professor experiente bastaria. No processo de iniciação à docência deve-se provocar a acadêmica ou o acadêmico para que tenha condições de avaliar criticamente sua ação, as propostas curriculares e as políticas educacionais. O fazer docente crítico e reflexivo envolve um movimento de mão dupla entre o fazer e o pensar sobre o fazer (Freire, 2001). Assim, como afirma Severino (2013, p. 23) ”o conhecimento deve ser construído pela experiência ativa do estudante e não mais ser assimilado passivamente, como ocorre o mais das vezes nos ambientes didático-pedagógicos do ensino básico”. A monitoria vem contribuindo para a consolidação do curso de pedagogia. Isso se reflete no baixo índice de evasão e reprovação, na qualidade do diálogo que vem sendo mantido com as instituições escolares e na crescente procura pelo curso na região sudoeste do estado do Paraná.