A monitoria como espaço de aprendizagem no ensino superior

Autores

  • Ronaldo Aurélio Gimenes Garcia Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus de Realeza PR

Palavras-chave:

Constituição da docência, Ensino Superior, Pedagogia Crítica

Resumo

A proposta de monitoria do curso de Pedagogia do Campus de Realeza PR, procurou estar articulada com os objetivos e o perfil do egresso que constam do PPC do Curso. Desta forma, o papel da monitora está muito atrelado à proposta de formação do professor e do pedagogo que se assenta sobre alguns princípios que são: formação em contínuo diálogo com a escola pública; identificar os principais gargalos da educação, bem como repensar em possibilidades de superação das dificuldades por meio de ações criativas e criadoras e contribuir para a constituição de uma escola pública plural, inclusiva e preocupada com as grandes questões que envolvem a condição humana. Desta forma, o trabalho desenvolvido pela monitora reflete esta preocupação e busca oportunizar a participação ativa no planejamento e no desenvolvimento de atividades relacionadas à implantação da Proposta Pedagógica do Curso, em articulação com as escolas da Educação Básica e seu contexto. Além disso, envolveu também a organização de um plano de atividades, sob a orientação docente; participação nas atividades de organização envolvendo ensino, pesquisa, extensão e cultura e de seus processos de gestão. Compreende-se que a monitoria deve servir de elo entre estudantes do Curso, professores e Coordenação e as escolas da Educação Básica, contribuindo para com a construção da identidade docente no Curso de Pedagogia. A monitoria procurou acompanhar de perto as dificuldades dos colegas, intermediar a busca de alternativas para os problemas surgidos com os colegas no âmbito da instituição e seus recursos. Importante mencionar aqui que a monitoria tem como alvo a docência no ensino superior e não apenas uma perspectiva que se tinha anteriormente, ou seja, ver a monitoria era uma espécie de secretario ou assistente de um professor. Ao longo da última década, a docência no ensino superior passou a ser objeto de estudos e reflexões, resultando num aumento de publicações em torno da temática. Em sua maior parte, publicações, não vinculadas diretamente ao campo educacional (Cintra, 2018). Tais estudos têm apontado que não basta o conhecimento teórico na área, vinculado à formação do pesquisador e, menos ainda, a ideia de que o aprendizado do ofício da docência se confunde com a experiência, como a ideia de acompanhar um professor experiente bastaria. No processo de iniciação à docência deve-se provocar a acadêmica ou o acadêmico para que tenha condições de avaliar criticamente sua ação, as propostas curriculares e as políticas educacionais. O fazer docente crítico e reflexivo envolve um movimento de mão dupla entre o fazer e o pensar sobre o fazer (Freire, 2001). Assim, como afirma Severino (2013, p. 23) ”o conhecimento deve ser construído pela experiência ativa do estudante e não mais ser assimilado passivamente, como ocorre o mais das vezes nos ambientes didático-pedagógicos do ensino básico”. A monitoria vem contribuindo para a consolidação do curso de pedagogia. Isso se reflete no baixo índice de evasão e reprovação, na qualidade do diálogo que vem sendo mantido com as instituições escolares e na crescente procura pelo curso na região sudoeste do estado do Paraná.

Biografia do Autor

  • Ronaldo Aurélio Gimenes Garcia, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus de Realeza PR

    Formado em história e pedagogia. Mestrado em história pela UNESP e doutorado em Educação pela UFSCar. Professor do Magistério Superior na UFFS Campus de Realeza PR na área de Educação. Atualmente realiza pesquisa na área de história da formação de professores, especialmente na região sudoeste do Paraná.

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Publicado

21-08-2025