Método alternativo ex vivo para o treinamento de ligaduras

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Palavras-chave:

Cirurgia, Hemostasia, Treinamento prático

Resumo

A formação de um cirurgião veterinário abrange diversos conceitos teóricos e práticos, principalmente os ligados à técnica cirúrgica. O desenvolvimento de habilidades é fundamental na formação de profissionais, e para isso, a prática constante é essencial. Cirurgias experimentais já foram utilizadas para tal finalidade, no entanto, prejudicam o bem-estar animal e são pouco usuais, já que devem ser realizadas em ambiente controlado. Em respeito à vida dos animais, fundamentado nos Princípios de Russell-Burch (1959) dos 3 R’s: “redução, substituição e refinamento”, procura-se a utilização de modelos experimentais, que reduzam o uso de animais para tal feito, que sejam mais acessíveis, e que proporcionem didática cirúrgica a fim de desenvolver habilidades práticas necessárias para garantir a aprendizagem e o aperfeiçoamento de estudantes e profissionais. Em cirurgias, a hemostasia é o processo de cessar ou impedir um sangramento ativo, sendo uma das três manobras cirúrgicas básicas, tendo em vista a prevenção de hemorragias, a melhor visualização do campo cirúrgico, a minimização do requerimento anestésico e de complicações pós-operatórias. Para tanto, empregam-se ligaduras em vasos sanguíneos com fios absorvíveis ou inabsorvíveis. Com o objetivo de simular a dinâmica vascular e permitir a prática de ligaduras pelos discentes de graduação em Medicina Veterinária, na disciplina de Técnica Cirúrgica, foi desenvolvida uma estação de trabalho para treinamento individual. O modelo consiste em um fragmento quadrangular de madeira (30x30 cm), com dois pares de pregos ou parafusos dispostos paralelamente; um par com distância de quatro centímetros entre si, e outro, posicionado a 20 cm do primeiro, obtendo-se um formato retangular. Outros quatro pregos podem ser acrescentados ao modelo, posicionados paralelamente entre si com uma distância de 12 cm, e dispostos longitudinalmente a 17 cm dos pregos anteriores (formato também retangular); Os referidos aparatos servem para fixar balões do tipo palito para treinamento de ligaduras (circular e transfixante), além de sutura sob tensão, praticada também com uso dos mesmos balões, que podem ser trocados  em uma das laterais,  utiliza-se um gancho metálico que  fixa um copo de plástico firme, e permite o treinamento  de ligadura em profundidade. Notou-se que o modelo alcançou os objetivos propostos, uma vez que permitiu aos discentes o treinamento das referidas ligaduras, do nó sob tensão, bem como a prática de nós em profundidade, com uma e duas mãos, utilizando o gancho metálico e fios cirúrgicos ou não. Dessa forma, o modelo mostrou-se eficaz como ferramenta didática, promovendo o aprendizado ativo e seguro. A estrutura simples, de baixo custo e facilmente replicável, favorece a prática repetida, o desenvolvimento da coordenação motora fina e a familiarização com os princípios básicos da hemostasia cirúrgica. Além disso, ao atender aos preceitos éticos dos 3 R’s, contribui significativamente para a formação responsável e humanizada dos futuros cirurgiões veterinários.

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Publicado

21-08-2025