A MONITORIA COMO ESPAÇO DE APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR

  • Ronaldo Aurélio Gimenes Garcia Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus de Realeza PR
  • Emily Kindler UFFS
  • Luciane de Carli da Rosa dos Santos
  • Liliana da Silva Butzge
Palavras-chave: Formação de professores., Pedagogia, Monitoria

Resumo

O curso de Pedagogia do Campus Realeza teve a sua primeira turma no ano de 2022 e a segunda no atual ano de 2024. O curso conta com cerca de 40 estudantes que na sua maioria são oriundos da região sudoeste do Paraná, muitos se deslocam todos os dias para estudar. Além disso, boa parte dos acadêmicos está inserida nos espaços escolares dos municípios na condição de estágio não-obrigatório. Devido a isso, o curso vem sendo desenvolvido no sentido de estabelecer um diálogo sobre as condições das escolas, tanto nas suas dificuldades como possibilidades. Além disso, uma parcela significativa dos estudantes também está inserida no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Este também tem sido outra possibilidade de inserção nos espaços escolares, permitindo assim, que os estudantes possam relacionar o que estão refletindo no curso, por meio dos componentes curriculares, com as práticas que ocorrem nas salas de aula da escola pública. Desde a elaboração do Projeto Pedagógico de Curso (PPC), está previsto que já no início da sua formação, o acadêmico precisa estar em contato com o contexto escolar. Neste sentido a monitoria tem contribuído de maneira constante com a efetivação desse objetivo. Não apenas apoiando as ações do curso como ajudando a construir estratégias para a implementação da proposta do curso. Como parte da proposta do projeto de monitoria é atuar no planejamento e execução de ações de implantação do curso de Pedagogia, a monitoria vem contribuindo muito diretamente na organização das chamadas rodas de formação que procura trazer para a discussão com os estudantes, gestores e coordenadores de escolas públicas, gestores de sistemas de ensino municipal, professores da educação infantil, das séries iniciais do Ensino Fundamental. Além de artistas, intelectuais, militantes dos movimentos da agricultura familiar, indígenas e outras personagens que tiveram atuação na história e na cultura da região sudoeste e de fronteira. Todas estas ações estão baseadas em Freire (2001), uma vez que a inserção na docência não pode ser vista apenas de ponto de vista do aprendizado de saberes técnicos e formais, mais do que isso, é importante considerar que a docência se constitui também e, principalmente, a partir da reflexão crítica sobre o próprio fazer pedagógico. Sem isso, a professoras ou professores se reduzem a meros aplicadores de conteúdos sem o menor compromisso com as questões sociais e políticas do seu tempo. Como afirma Libâneo (2001), o trabalho docente deve ser guiado por uma intencionalidade, ou seja, não basta apenas cumprir um programa curricular fielmente, mas o docente também precisa ter claro para si qual sentido e o alcance do seu trabalho na formação humana. O resultado desse trabalho de monitoria talvez não seja tão imediato como se desejaria, pois o processo é amplo e está sujeito a diferentes temporalidades de formação do ser humano. Contudo, é possível mensurar alguns resultados auspiciosos, como o bom envolvimento dos estudantes com o curso e suas ações, o baixo índice de abandono e desistência e a procura pelo curso que tem sido significativa desde a sua criação.

Biografia do Autor

Ronaldo Aurélio Gimenes Garcia, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus de Realeza PR

Formado em história e pedagogia. Mestrado em história pela UNESP e doutorado em Educação pela UFSCar. Professor do Magistério Superior na UFFS Campus de Realeza PR na área de Educação. Atualmente realiza pesquisa na área de história da formação de professores, especialmente na região sudoeste do Paraná.

Publicado
26-05-2024