MONITORAMENTO E CONTROLE DO MOSQUITO Aedes aegypti NO MUNICÍPIO DE CERRO LARGO, RS, COMO AÇÃO CURRICULAR DE EXTENSÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS
Resumo
Em quase todos os centros urbanos do Brasil as ações de monitoramento e combate ao
mosquito Aedes aegypti são de extrema importância pois, além da dengue, o mosquito
também é responsável pela transmissão de outras duas graves enfermidades: a Chikungunya e
Zika vírus (SAÚDE BRASIL, 2009). Com o objetivo de construir uma cultura de cooperação
entre o conhecimento acadêmico e as ações práticas na comunidade externa, os monitores da
área da biodiversidade do Curso de Ciências Biológicas, Campus Cerro Largo, realizaram
estudos sobre os animais sinantrópicos e se colocam à disposição para colaborar nas ações de
extensão propostas pelo curso. O artigo 4º da Resolução CNE/CES nº 7, de 18 de dezembro
de 2018, define que “a Ação Curricular de Extensão (Acex), deve compor, no mínimo, 10%
(dez por cento) do total da carga horária dos cursos de graduação, as quais deverão fazer parte
da matriz curricular dos cursos”. Os monitores reconhecem a importância de desenvolver
ações de extensão nos componentes curriculares que possam contribuir para o seu pleno
desenvolvimento acadêmico. Dessa forma, o presente trabalho visa propor e discutir no
ambiente acadêmico a implementação de um programa de extensão da Universidade Federal
da Fronteira Sul - UFFS, que será desenvolvido em parceria com a Secretaria Municipal de
Saúde de Cerro Largo/RS. Pretende-se assim, com esta Ação Curricular de Extensão manter
um programa permanente de monitoramento e controle do mosquito da dengue: com cuidados
especiais durante todo ano para eliminação de focos de criação do mosquito (monitoramento,
vistorias e mutirões de limpeza). Com ênfase especial nas ações antes dos meses mais quentes
e períodos de chuvas intensas. O monitoramento através de armadilhas de oviposição
(ovitrampas) é considerado um método de alta sensibilidade para detecção da presença do
mosquito da dengue (ZEQUI et al., 2018). As armadilhas ovitrampas são pequenos baldes
com palheta de eucatex, água e levedo de cerveja, onde as fêmeas dos insetos depositam os
seus ovos (IOC, 2014). Atualmente este método de monitoramento está sendo
implementado em todo Rio Grande do Sul. O uso das ovitrampas permite: identificar a
introdução de mosquitos em áreas ainda não infestadas pelo Aedes; monitorar a densidade
populacional deste inseto vetor em áreas já infestadas; e, contribui para avaliar a efetividade
das ações de controle do mosquito. Também podem servir como um método de redução
populacional de A. aegypti no ambiente, através do “sequestro” de ovos. O programa de
extensão prevê a colaboração dos acadêmicos na análise e contagem de ovos do A. aegypti
mediante condições técnicas e treinamento adequado. A partir do monitoramento podemos
saber quais são os locais de maior proliferação do mosquito. Assim, também é possível
providenciar, com a colaboração da comunidade local, estratégias de combate à dengue, como
em mutirões de limpeza e educação em saúde. Estas ações preventivas de eliminação de
criadouros, podem evitar a proliferação do mosquito A. aegypti e a transmissão de doenças.