HABILIDADES FARMACOLÓGICAS: DO PAPEL À PRÁTICA
Resumo
O curso de Medicina é um dos mais desafiadores do espaço acadêmico, principalmente pelo o objeto de estudo e manipulação dos atuais estudantes, os pacientes. Portanto, para que haja um bom exercício da profissão no futuro, é necessário que, durante a formação, seja ofertado um conhecimento sólido, verídico, e baseado em boas evidências referente às diversas áreas da medicina, sobretudo a área responsável por determinar os tratamentos dos pacientes: a farmacologia.
A introdução do ensino de farmacologia na formação dos acadêmicos por vezes é desafiadora e, por isso, é de suma importância fazer uso de métodos auxiliares de aprendizagem e desenvolvimento, tal como a monitoria¹. Assim, este resumo tem como objetivo descrever como são desenvolvidas as Habilidades Farmacológicas, uma atividade avaliativa desenvolvida pela monitoria para os discentes do curso de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Passo Fundo.
Além de auxiliar na resolução de dúvidas e fornecer ampliação do conhecimento, o projeto de monitoria, através de seu Coordenador, colaborador e monitores desenvolveram uma estratégia de aprendizado alternativa, com a finalidade de fornecer ao aluno uma experiência de prática clínica em sala de aula. A atividade intitulada Habilidades Farmacológicas dispõe ao aluno casos clínicos de diferentes complexidades, os quais em grande parte são de origem real, advindos das vivências dos monitores, os quais estão estagiando nas mais diversas especialidades, com os mais amplos graus e tipos de doenças. Os casos são discutidos e os questionamentos respondidos, atentando-se apenas aos aspectos farmacológicos, como por exemplo, avaliação do plano terapêutico apresentado, efeitos adversos, interações medicamentosas, proposição de alternativas terapêuticas, bem como escolha e elaboração da prescrição em receituário. Trata-se especificamente de 5 estações com diferentes abordagens clínicas, sendo disponibilizados 10 minutos para execução da atividade de cada estação, realizadas individualmente ou em duplas. Ao final, os alunos são reunidos com os docentes e monitores, os quais realizam uma devolutiva e um tira-dúvidas. Além de fornecer uma experiência prática/clínica, a atividade é utilizada como meio de avaliação nos Módulos de Diagnóstico e Terapêutica I e II, 3º e 4º nível, respectivamente.
A atividade busca desenvolver metodologias ativas de ensino e aprendizado, que, segundo Lia Leitão e seus colaboradores, estimula a formação de um profissional com perfil mais participativo, dinâmico, com facilidade de resolução de problemas e com estruturação de condutas baseadas em evidências científicas³.
Os resultados do trabalho da monitoria e docentes envolvidos contribuem para o desenvolvimento de novas habilidades para os próprios monitores, e estimula o envolvimento docente posterior destes¹. Apesar de ser uma tarefa desafiadora e exigir esforço, tanto dos professores orientadores, quanto dos monitores, o andamento da monitoria facilita o aprendizado da Farmacologia Clínica pelos alunos². As atividades práticas, com casos clínicos, simulados e questões, se mostraram de suma importância e valia para o aprendizado e posterior desenvolvimento da farmacologia no ciclo clínico da graduação.