CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DE MANDIOCA CULTIVADA EM DIFERENTES SISTEMAS DE PLANTIO E INTERVALO ENTRE CAPINAS

  • Rafael Chiodelli Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS
  • Ana Caroline Pereira da Luz
  • Tadeu Werlang
  • Willian Pies
  • Siumar Pedro Tironi

Resumo

Um dos principais fatores que limitam a produtividade de raízes de mandioca é o manejo inadequado das plantas daninhas. A convivência da cultura com as plantas daninhas pode resultar em elevadas perdas de produtividade, que podem ser superiores a 90% (ALBUQUERQUE et al., 2008), em baixas populações as espécies daninhas podem interferir no crescimento e o desenvolvimento ideal da cultura (ALBUQUERQUE et al., 2012). O plantio direto, com manutenção de palha sobre o solo, pode contribuir para o manejo das plantas daninhas na cultura da mandioca, no entanto, a compactação superficial do solo nesse sistema é superior do que no sistema de plantio convencional, o que pode limitar o crescimento das raízes e interferir na produtividade da cultura (OLIVEIRA et al., 2001). Objetivou-se, com esse trabalho, avaliar a eficiência de intervalos de capina no manejo de plantas daninhas na cultura da mandioca em sistema de plantio direto e convencional. O experimento foi conduzido a campo em delineamento experimental de blocos casualizados, com parcelas subdividida e quatro repetições. As subparcelas foram constituídas por cinco linhas da cultura distanciadas a 0,8 m e 4 m de comprimento. Os tratamentos foram arranjados em esquema fatorial 2 x 6. O primeiro fator, alocado nas parcelas, foi composto por dois sistemas de plantio, direto e convencional. O segundo fator, alocado nas subparcelas, foi constituído por diferentes intervalos de controle das plantas daninhas (capinas), a cada 30, 60, 90 e 120 dias, mais uma testemunha livre de competição e outra sem controle. A cultivar utilizada foi a Fécula Branca. O plantio direto foi realizado sobre cobertura de azevém, aveia e ervilhaca (consórcio), somente com a abertura de um sulco para o plantio das manivas. No plantio convencional foi realizada aração, gradagem e abertura de sulcos. O espaçamento utilizado foi de 0,80 m entre linhas e 0,50 m entre plantas. As quantificações da altura das plantas de mandioca foram realizadas aos 60, 90, 120, 150 dias após o plantio (DAP) e na colheita, considerou-se a medida do solo até o ápice das plantas. O estande final foi determinado com a quantificação da população de plantas no momento da colheita, aos 220 DAP. A massa fresca da parte aérea de plantas de mandioca (t ha-1) foi determinada no momento da colheita, com a pesagem da parte aérea contida na área útil das parcelas, desconsiderando as linhas laterais e 0,5 m nas extremidades das parcelas. A determinação da produtividade (t ha-1) de raízes foi realizada coletando todas as raízes contidas na área útil de cada parcela. Os dados coletados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparados pelo teste de Tukey (p<0,05). A mandioca possui baixa habilidade competitiva. O aumento do intervalo entre as capinas diminuiu a altura, a massa fresca da parte aérea e a produtividade da mandioca. O intervalo entre capinas a cada 30 dias proporcionou a maior produtividade de mandioca. O sistema de plantio causa pouca interferência no crescimento da cultura, no entanto, o sistema de plantio convencional proporciona maior produtividade.

Palavras-chave: Manihot esculenta, plantio direto, planta daninha, competição

Referências

ALBUQUERQUE, J. A. A. et al. Interferência de plantas daninhas sobre a produtividade da mandioca (Manihot esculenta). Planta Daninha, v. 26, n. 2, p. 279-289, 2008.

ALBUQUERQUE, J. A. A. et al. Desenvolvimento da cultura de mandioca sob interferência de plantas daninhas. Planta Daninha, v. 30, n. 1, p. 37-45, 2012.

OLIVEIRA, J. O. A. P. et al. Influência de sistemas de preparo do solo na produtividade da mandioca (Manihot esculenta, Crantz). Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 25, n. 2, 2001.

Publicado
14-09-2018