CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DE MANDIOCA CULTIVADA EM DIFERENTES SISTEMAS DE PLANTIO E INTERVALO ENTRE CAPINAS
Resumo
Um dos principais fatores que limitam a produtividade de raízes de mandioca é o manejo inadequado das plantas daninhas. A convivência da cultura com as plantas daninhas pode resultar em elevadas perdas de produtividade, que podem ser superiores a 90% (ALBUQUERQUE et al., 2008), em baixas populações as espécies daninhas podem interferir no crescimento e o desenvolvimento ideal da cultura (ALBUQUERQUE et al., 2012). O plantio direto, com manutenção de palha sobre o solo, pode contribuir para o manejo das plantas daninhas na cultura da mandioca, no entanto, a compactação superficial do solo nesse sistema é superior do que no sistema de plantio convencional, o que pode limitar o crescimento das raízes e interferir na produtividade da cultura (OLIVEIRA et al., 2001). Objetivou-se, com esse trabalho, avaliar a eficiência de intervalos de capina no manejo de plantas daninhas na cultura da mandioca em sistema de plantio direto e convencional. O experimento foi conduzido a campo em delineamento experimental de blocos casualizados, com parcelas subdividida e quatro repetições. As subparcelas foram constituídas por cinco linhas da cultura distanciadas a 0,8 m e 4 m de comprimento. Os tratamentos foram arranjados em esquema fatorial 2 x 6. O primeiro fator, alocado nas parcelas, foi composto por dois sistemas de plantio, direto e convencional. O segundo fator, alocado nas subparcelas, foi constituído por diferentes intervalos de controle das plantas daninhas (capinas), a cada 30, 60, 90 e 120 dias, mais uma testemunha livre de competição e outra sem controle. A cultivar utilizada foi a Fécula Branca. O plantio direto foi realizado sobre cobertura de azevém, aveia e ervilhaca (consórcio), somente com a abertura de um sulco para o plantio das manivas. No plantio convencional foi realizada aração, gradagem e abertura de sulcos. O espaçamento utilizado foi de 0,80 m entre linhas e 0,50 m entre plantas. As quantificações da altura das plantas de mandioca foram realizadas aos 60, 90, 120, 150 dias após o plantio (DAP) e na colheita, considerou-se a medida do solo até o ápice das plantas. O estande final foi determinado com a quantificação da população de plantas no momento da colheita, aos 220 DAP. A massa fresca da parte aérea de plantas de mandioca (t ha-1) foi determinada no momento da colheita, com a pesagem da parte aérea contida na área útil das parcelas, desconsiderando as linhas laterais e 0,5 m nas extremidades das parcelas. A determinação da produtividade (t ha-1) de raízes foi realizada coletando todas as raízes contidas na área útil de cada parcela. Os dados coletados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparados pelo teste de Tukey (p<0,05). A mandioca possui baixa habilidade competitiva. O aumento do intervalo entre as capinas diminuiu a altura, a massa fresca da parte aérea e a produtividade da mandioca. O intervalo entre capinas a cada 30 dias proporcionou a maior produtividade de mandioca. O sistema de plantio causa pouca interferência no crescimento da cultura, no entanto, o sistema de plantio convencional proporciona maior produtividade.
Palavras-chave: Manihot esculenta, plantio direto, planta daninha, competição
Referências
ALBUQUERQUE, J. A. A. et al. Interferência de plantas daninhas sobre a produtividade da mandioca (Manihot esculenta). Planta Daninha, v. 26, n. 2, p. 279-289, 2008.
ALBUQUERQUE, J. A. A. et al. Desenvolvimento da cultura de mandioca sob interferência de plantas daninhas. Planta Daninha, v. 30, n. 1, p. 37-45, 2012.
OLIVEIRA, J. O. A. P. et al. Influência de sistemas de preparo do solo na produtividade da mandioca (Manihot esculenta, Crantz). Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 25, n. 2, 2001.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Científica da XVI JIC, o qual apresenta os resultados de subprojeto de pesquisa, e concordo que os direitos autorais a ele referentes se tornem propriedade do Anais da XVI JIC da UFFS.
Observação: Caso o trabalho possua caráter sigiloso, o apresentador deve informar à Comissão Organizadora através do e-mail jic.dpe@uffs.edu.br nos prazos indicados no Regulamento (www.uffs.edu.br/jic).