MEMÓRIAS E IMAGENS DE UMA PAISAGEM EM TRANSFORMAÇÃO: COLONIZAÇÃO E DESMATAMENTO NO OESTE DE SANTA CATARINA

  • Bruna Carolina Krauspenhar UFFS
  • Marlon Brandt

Resumo

Analisar o processo de transformação da paisagem no Oeste de Santa Catarina remete ao início do século XX, em que esse processo foi intensificado devido a colonização massiva da região. Pensando para além dos processos fisiográficos e biológicos que fazem parte da paisagem, mas como materialização das relações sociais, econômicas e culturais com o meio, é possível observar no Oeste de Santa Catarina a herança dessas relações expressa nas ausências, como no caso das fitofisionomias da região, a Floresta Ombrófila Mista (FOM) e a Floresta Estacional Decidual (FED), altamente devastadas, em contraposição à presença marcante da monocultura, de áreas desmatadas para a atividade pecuária, de centros urbanos e das agroindústrias, além disso, a presença das árvores exóticas, em culturas para a atividade madeireira, no aproveitamento de seus diversos usos ou nas matas, devido a proliferação das espécies invasoras.

Uma espécie, exótica e invasora, que se dispersou na região sendo frequentemente parte da paisagem, tornou-se o objeto de estudo central desta pesquisa, sendo ela conhecida principalmente como Uva do Japão (Hovenia dulcis). Foram utilizados relatos de moradores da região e imagens da paisagem para entender a presença dessa espécie exótica invasora. As invasões dominantes da espécie em florestas nativas revelam a importância desta pesquisa, buscando as razões pelas quais a árvore foi introduzida e o porquê continua sendo utilizada. Foi empregue a metodologia da História Ambiental para a realização desta pesquisa, em que se procurou compreender a relação dos grupos sociais que habitavam a região com o meio natural em que estavam inseridos, considerando as implicações dessa relação no meio ambiente e na história humana.

 

Publicado
13-09-2018