INFLUÊNCIA DA MORFINA OU TRAMADOL SOBRE O METABOLISMO OXIDATIVO E FUNÇÃO FAGOCÍTICA DE NEUTRÓFILOS EM CADELAS SUBMETIDAS À MASTECTOMIA

  • Fabiana Pavão da Silva Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Gabrielle Coelho Freitas Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Fabíola Dalmolin Universidade Federal da Fronteira Sul

Resumo

A mastectomia radical é considerada um procedimento invasivo que resulta em edema, inflamação e dor moderada a intensa, podendo prolongar a recuperação do paciente, retardar o processo de cicatrização e deprimir o perfil imunológico. A administração de opioides nesse tratamento é fundamental. Entretanto, além da sua eficácia terapêutica, estudos demonstraram que os opioides podem interferir na resposta imune do paciente, diminuindo a resistência a infecções e acelerando a progressão do câncer. O presente estudo teve como objetivo avaliar a influência da morfina ou tramadol sobre o metabolismo oxidativo e função fagocítica de neutrófilos em cadelas submetidas à mastectomia, bem como avaliar a analgesia pós-operatória dos referidos opioides. Foram selecionadas 14 cadelas com tumores de mama que, mediante confirmação da malignidade e ausência de metástases, foram submetidas à mastectomia. Os animais receberam como protocolo de medicação pré-anestésica (MPA) a associação de acepromazina (0,02mg/kg), midazolam (0,3mg/kg) e morfina (0,4mg/kg – Grupo Mo) ou tramadol (4mg/kg – Grupo Tr), via intramuscular. Foram induzidos à anestesia com propofol (4mg/kg IV) e mantidos em anestesia inalatória com isofluorano diluído em oxigênio a 100%. A monitoração trans-anestésica foi realizada mediante avaliação de frequências cardíaca e respiratória, pressão arterial média, saturação de oxigênio nas hemoglobinas, concentração de CO2 ao final da expiração e temperatura. Padronizou-se a técnica de mastectomia radical unilateral, que foi realizada pela mesma equipe cirúrgica. Foram realizadas colheitas de sangue antes (momento basal) e 6, 12, 24 e 96 horas após a administração da MPA para avaliação do metabolismo oxidativo e da função fagocítica, hemograma e avaliação diferencial de leucócitos. Nas primeiras 24 horas do período pós-operatório, os animais do Mo foram mantidos com morfina (0,4 mg/kg IM) a cada 4 horas e os do Tr receberam tramadol (4mg/kg IM) a cada 8 horas. A avaliação analgésica pós-operatória teve início 3 horas após a administração da medicação pré-anestésica, seguida dos tempos 5, 7, 9, 11, 13, 15, 17, 19, 21, 23 e 25 horas. Essa foi realizada por dois observadores cegos aos tratamentos empregados por meio da escala visual analógica (EVA) e da escala de dor de Glasgow modificada. Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística para verificação dos níveis de significância (p<0,05). O uso de morfina ou tramadol como analgesia alterou a atividade funcional de neutrófilos.

 

Palavras chave: Mastectomia. Opioides. Imunomodulação. Analgesia pós-operatória. Cães.

Publicado
14-09-2018