SOBRE AS ORIGENS DA TRADIÇÃO DIALÉTICA DE PENSAMENTO NA FILOSOFIA DE PLATÃO

  • Gabrielle Ciello Antunes Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Erechim
  • Marcio Soares

Resumo

Este trabalho tem por objetivo examinar ontologicamente a filosofia platônica, na hipótese de que Platão no diálogo Sofista faça uma revisão de sua teoria das Formas que anteriormente no diálogo Parmênides, esta (teoria das Formas), fora submetida a uma dura crítica com relação à seus “princípios basilares” (“dualismo ontológico”, a “homonímia”, a “ participação” e o “ um para muitos”), que por sua vez apontam para as problemáticas na qual a teoria resultaria se fosse entendida de tal maneira. A leitura do diálogo Sofista aborda claramente, a dificuldade que resulta para Platão, responder à pergunta “o que é o sofista?”, já que para tal exercício será necessário debater e examinar uma série de questões, nada mais nada menos do que um estudo dos grandes gêneros metafísicos Ser, Não-Ser, Repouso, Movimento, Mesmo, Outro e de suas complexas inter-relações; identificar e resolver diretamente os problemas relacionados ao Não-Ser. Para tanto, o presente trabalho, visa interpretar a partir deste contexto que possui um plano dramático e um plano argumentativo, característico de tais diálogos, que o filósofo /ao revisar sua teoria propõe a possibilidade de associação entre determinadas “ideias” na qual ele chamará de “gêneros supremos” do ser, que são: o ser, o repouso, o movimento, o mesmo e o outro e que para tanto este não tratará das “Ideias supremas” como um todo, mas sim, apenas de um grupo. Sendo assim, Platão pretende estabelecer maneiras nas quais esses “gêneros” possam se combinar entre si nas suas relações de participação fundamentando e possibilitando assim a Teoria das Formas, de maneira que esta não caia em contradições.

Publicado
14-09-2018